Processo afunila e PT pode antecipar nome de candidato

Sob intensa pressão dos aliados e dentro do próprio PT, o processo de escolha do candidato do partido à sucessão do governador Jaques Wagner caminha para a definição antes do Processo de Eleição Direta (PED) da sigla, programado para novembro. Os indícios foram dados por declarações dos pré-candidatos na semana passada e voltaram a tomar fôlego após reunião da comissão de petistas responsável pela condução da escolha do nome da legenda para a eleição 2014.

Oficialmente, no entanto, o tom foi de que somente a unidade acabou definida durante o encontro da última segunda-feira, “tenso” segundo informações chegadas à Tribuna. “Vamos dar ritmo ao processo decisório e no diálogo interno e externo, com a liderança de Wagner e protagonismo partidário chegar ao consenso talvez mais rápido do que se espera”, sinalizou o presidente estadual do PT, Jonas Paulo. De acordo com o dirigente, “o processo ganha celeridade, pois necessitamos construir a candidatura, a chapa e a aliança eleitoral na base do governo e as movimentações políticas no país têm reflexos nos Estados e a Bahia é centro estratégico da disputa nacional”.

Em entrevista a rádio Nova Salvador, um dos pré-candidatos, o ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, delimitou um prazo mais específico do que o divagado por Jonas Paulo. “A nossa interpretação é a de que precisamos chegar ao PED com isso definido. Portanto, esperamos que essa decisão, obviamente sob a liderança do governador Jaques Wagner, aconteça até o final de outubro”, analisou Caetano. Segundo ele, há o consenso para que nome seja definido até o fim do mês de outubro. “Existe uma unanimidade entre nós sobre a necessidade de acelerar esta escolha. Já na próxima semana, será feito um encontro com nossos deputados federais e estudais para afunilarmos esta decisão. Uma reunião com os prefeitos também está prevista”, sugeriu.

Na alta cúpula petista, entretanto, além das dificuldades inerentes na escolha de um candidato para buscar a manutenção do partido à frente do maior estado da federação governado pelo PT, uma rusga entre dois membros influentes da sigla também acirra o debate interno. Segundo informações, há o embate entre a predileção do governador pelo secretário da Casa Civil, Rui Costa, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo secretário de Planejamento, José Sérgio Gabrielli – essa é apenas uma das discussões feitas pelos dirigentes petistas. Apesar do debate, os outros dois pré-candidatos, Caetano e o senador Walter Pinheiro, ainda se mantêm na disputa e, por enquanto, não foram excluídos do processo.

 

Bastidores sinalizam Rui Costa como escolhido

 

Há tempos citado como preferido do governador Jaques Wagner, o nome do secretário da Casa Civil, Rui Costa, é quem aparece com mais freqüência nas apostas de petistas e de partidos aliados ao Palácio de Ondina. Em entrevista recente, o próprio titular da Casa Civil assumiu o postura de candidato ao rebater críticas que circulam sobre a capacidade dele em agregar alianças na corrida eleitoral. E, em conversa com a Tribuna, falou em “confirmar o nome”, mas retificou o discurso e reclamou da hipótese de antecipação da escolha do sucessor de Wagner.

“Essa resposta eu terei o maior prazer de lhe dar até em primeira mão, mas já pode confirmar o nome”, respondeu Costa ao ser questionado sobre rumores de que o governador havia sacramentado o nome dele como escolhido para a corrida pelo governo da Bahia. Em seguida, no entanto, o chefe da Casa Civil, recuou. “Não acho que é bom você antecipar a condição se ela não foi confirmada. Não acho isso positivo. Isso pode trazer mais tensionamento e ruídos o que não é bom”, avaliou Costa.

Informações nos corredores, entretanto, o colocam à frente dos demais pré-candidatos, José Sérgio Gabrielli, Walter Pinheiro e Luiz Caetano. As recentes reclamações dos adversários internos para que o processo seja acelerado são maneiras para minimizar a expectativa da decisão e reduzir espaços para viabilidade da candidatura de Costa. Petistas de alto calibre, todavia, negam haver uma conclusão sobre quem será o nome do PT para disputar – e encabeçar a chapa de 2014, conforme reiteram os dirigentes da legenda argumentando a legitimidade da sigla em liderar o processo na Bahia.

*Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 09 de outubro de 2013

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