Acordo reduz candidatos à presidência do PT em Salvador e afunila o processo
Após a fusão de duas chapas candidatas à eleição do PT de Salvador, outra ação similar reduziu ainda mais o número de candidatos à presidência do diretório municipal do partido. Por meio do seu perfil no Facebook, Edson Valadares anunciou que a atual presidente, Marta Rodrigues, retirou o próprio nome em favor da candidatura dele – ela é parte do núcleo de influência do deputado federal Nelson Pelegrino, que controla o diretório soteropolitano há algum tempo. A informação de Valadares, no entanto, está pela metade.
Um acordo costurado nos bastidores divide o mandato entre os dois petistas e embola a disputa, que pode ter segundo turno no Processo de Eleição Direta (PED) do próximo mês de novembro. “A companheira Marta Rodrigues retirou seu nome na busca de uma unidade mais ampla que potencialize a intervenção do partido na cidade. Continuamos abertos ao diálogo”, apontou Valadares, membro da tendência Democracia Socialista (DS), próxima ao senador Walter Pinheiro. Ele, porém, não informa o entendimento para que ele inicie por dois anos o mandato e Marta finalize o período, situação similar à vivenciada pelos outros dois candidatos, que tiveram as chapas fundidas, Edísio Nunes e Paulo Teixeira – o acordo entre ambos inclui a partição do mandato entre eles.
De acordo com interlocutores petistas, a fusão entre Marta e Valadares é o receio de uma disputa intensa no primeiro turno e uma eventual migração do núcleo ligado a DS para apoiar a chapa de Nunes e Teixeira na segunda fase da disputa. “A perspectiva é que a união entre Marta e Edinho (como é conhecido) reúna a maior parte dos eleitores e evite o segundo turno”, sinaliza um simpatizante da tendência.
A união, entretanto, tem uma contrapartida extra, a aproximação entre Pelegrino e Pinheiro, últimos candidatos do PT ao Palácio Thomé de Souza. A articulação de vereadores petistas contra Pelegrino veio à tona quando Edísio Nunes se insurgiu e lançou candidatura, à revelia da expectativa do correligionário.
Diante de um cenário menos favorável, Pelegrino então se aproximou de Pinheiro para tentar garantir o espaço no comando do PT da capital a partir de 2015, quando começam as mobilizações para a sucessão municipal. Circula, no entanto, também a tentativa de uma fusão entre Marta , Edson e Paulo Teixeira – que atualmente está em acordo com Edísio Nunes.
*Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 25 de setembro de 2013