Vice-governador descarta hipótese de divisão entre os partidos da base aliada
Em meio a indicativos que PSB, PDT e PCdoB poderiam lançar projetos paralelos ao conduzido pelo PT na sucessão do governador Jaques Wagner, o vice-governador e presidente estadual do PSD, Otto Alencar, reforçou a aliança ao chefe do Executivo baiano e descartou a hipótese de mais de uma chapa dentro da base de apoio ao Palácio de Ondina. “Não creio que haverá essa diáspora, essa distensão dentro da base do governo”, garantiu Otto em entrevista a uma emissora de rádio local.
“Acho que vai ter unidade, liderada aí pela ação do governador, da aliança nacional da presidente Dilma (Rousseff) e do ex-presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva)”, reforçou o vice-governador, presidente de um dos primeiros diretórios do PSD a declarar apoio publicamente ao projeto de reeleição da presidente Dilma.
Para Otto, a unidade é fundamental para o que ele chamou de “fortalecimento da representação política do estado da Bahia”. “O PSD de forma nenhuma será o partido que vai promover essa distensão, essa diáspora na base. Nós vamos trabalhar pela unidade, como foi sempre da minha conduta, do meu espírito, de manter a palavra”, assegurou o dirigente partidário, enviando um recado, nas entrelinhas, para os demais aliados de Wagner.
Apontado como o candidato mais articulado politicamente por suas passagens por siglas que atualmente compõem a esfera oposicionista e atualmente presidindo o segundo maior partido do estado em número de prefeituras, Otto não fala em candidatura ao governo da Bahia em 2014. Porém, não nega com veemência, apesar de sugerir que há uma função preferencial na chapa de sucessão de Wagner. “Eu não me coloco como candidato, eu nunca me coloquei. Até porque isso pode atrapalhar. Eu falo com muita franqueza, eu tenho defendido muito as reformas no Congresso Nacional”, sinalizou o vice-governador, ao citar o empenho dele em discutir temas delicados como as reformas do Código Penal, tributária, política e trabalhista.
“Quando eu saí do Tribunal foi para ser candidato a senador. Terminei compondo a chapa com Wagner em 2010. Eu digo a você que o meu juízo, a minha consciência me pede que eu lute pelo Brasil dentro do Congresso Nacional, talvez dentro do Senado da República”, reiterou o dirigente partidário. “A última grande reforma feita no Brasil foi a reforma da área econômica. Quem era o presidente da Câmara? Luís Eduardo Magalhães. De lá pra cá, não houve reforma nenhuma. O Congresso nunca mais fez reforma”, criticou Otto, reconhecendo que antigos aliados, mesmo que representantes das forças que hoje compõem a oposição, merecem os créditos pelos trabalhos desenvolvidos.
*Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 10 de setembro de 2013