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Na tentativa de redimir a Câmara do episódio classificado pelo próprio presidente, Henrique Eduardo Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte, como o “maior dano” na história da Casa, a absolvição do condenado Natan Donadon, os deputados federais aprovaram ontem a PEC que acaba com o voto secreto para todas as votações no Poder Legislativo.

A polêmica proposta, que tramita na Câmara há pelo menos 12 anos, no entanto, foi apenas um paliativo ou, como se diz no popular, uma lei para inglês ver. Não há qualquer perspectiva de validação num curto espaço de tempo do projeto de emenda, pois, conforme determina a Constituição Federal, é preciso a aprovação no Senado.

E aí entra a contradição da medida popularesca de Henrique Eduardo Alves e dos líderes partidários do Congresso Nacional. No ano passado, o Senado aprovou uma proposta de emenda constitucional bem menos abrangente, em que encerrava o voto secreto para casos de cassação de parlamentares. A medida, mais restritiva e até mesmo menos oportunista, seguiu para a Câmara e, assim como a PEC aprovada ontem, ficou adormecida dentro da burocracia do legislativo.

O texto aprovado na Câmara na noite de ontem segue para aprovação do Senado. O texto aprovado no Senado, no ano passado, segue em tramitação para aprovação da Câmara. Nesse meio termo, do duelo de forças entre as duas casas, o único resultado prático é que no jogo do empurra, o fim do voto secreto para tudo ou apenas para a cassação de parlamentares não tem prazo para ser colocado em prática. E olha que disseram que o tal do gigante acordou.