Brasil, a vergonha nossa de cada dia

É preciso sequestrar o bordão de Boris Casoy para definir o dia 28 de agosto de 2013. “É uma vergonha”! O que aconteceu na Câmara Federal, durante a sessão que apreciava a cassação do deputado Natan Donadon, foi o auge do patético modelo político brasileiro. O interesse público já não é mais ditado pelo público. É ditado pelo interesse corporativo de um bando de ladrões travestidos de parlamentares e que se dizem representantes do povo. Porém, enquanto Donadon era absolvido da cassação depois de condenado pelo Supremo Tribunal Federal por desvios de recursos públicos, outras denúncias vinham à mente de quem acompanha o noticiário político regional. Sim, vivemos numa vergonha chamada Brasil. E não apenas pelo caso Donadon. Ele é somente uma gota no mar de… (não dá para escrever o que realmente deve ser).

No mesmo dia 28 de agosto, o Ministério Público Estadual acatou denúncia contra o deputado estadual Roberto Carlos por práticas de crime como peculato, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Resultado da Operação Detalhes, deflagrada em abril de 2012, a investigação foi ignorada pela Assembleia Legislativa. Sequer foi montada uma comissão para analisar se houve quebra de decoro do deputado estadual e o Conselho de Ética, se é que existe, não considera problema ter entre os “iguais” um parlamentar acusado pela Polícia Federal e agora pelo Ministério Público de crimes graves. Deveria ser vergonha alheia, mas não é vergonha pública mesmo. Ele vai ser acusado, durante todo o processo, pode ser condenado e adivinhem? Nada vai acontecer. Até porque o sindicato dos deputados é muito mais forte do que qualquer outra representação sindical existe hoje.

E, para quem achou que essas situações só acontecem nos altos escalões legislativos brasileiros, engana-se. Alguém lembra do caso do vereador Henrique Carballal, que, em maio de 2013, foi acusado de empregar funcionários fantasmas no gabinete dele na Câmara de Salvador? E que achou natural que parte dos empregados sequer morasse na capital baiana e fossem apenas consultores políticos para aconselha-lo a fazer ações como essa? Pois é, a vergonha não é apenas na Câmara Federal ou na Assembleia Legislativa. É também na Câmara de Salvador, em que os “representantes do povo”, inclusive a extrema esquerda moralizadora da política, não abriram a boca para falar um “ai”. Aliás, esquerda? Henrique Carballal é da esquerda, não é? É Brasil, você é uma vergonha. O gigante continua adormecido e não há perspectiva de acordar, como propagaram alguns ilustrados sonhadores.

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