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Poucos admitem. Aliás, quase nenhum. Porém, nos bastidores, é extensa a relação de vereadores de Salvador que podem tentar um mandato em outra Casa legislativa. Desde aqueles que tentaram chegar à Assembleia no pleito de 2010 àqueles que querem pular uma etapa e desembarcar na Câmara Federal.

O número de candidatos é impreciso, mas não por falta de vontade dos vereadores em alçar voos mais altos. Tudo depende da articulação política dos grupos que os cercam. E, nesse contexto, algumas brigas prometem ser bem acirradas, até mesmo entre integrantes de uma mesma bancada.

Eleitos com a bandeira de defesa dos animais, Ana Rita Tavares e Marcell Moraes, ambos do PV, devem se enfrentar mais uma vez nas urnas. A posição, se deputado federal ou estadual, ainda não está clara. Disputando em um nicho muito semelhante, as constantes rusgas entre os dois sugerem que não há chance de entendimento para uma dobradinha, com candidaturas para funções distintas. Por enquanto, no entanto, ambos circulam como pleiteantes de novos ares a partir de 2014, ainda pelo PV – Moraes chegou a cogitar de mudar de partido, porém o naufrágio do MD sepultou a hipótese.

Três vereadores são apontados com fortes chances de obterem êxito no plano de sair da Câmara de Salvador. E para cargos disputados anteriormente, em 2010. No plano federal, Joceval Rodrigues (PPS) vai tentar deixar de ser suplente e, projetado como líder do governo ACM Neto (DEM).

Sem a figura de Neto como candidato, talvez seja uma das principais apostas para transferência de votos. Também do campo do governo, quem tem chances claras de chegar à Assembleia, depois da frustrada tentativa de 2010, é o vereador Soldado Prisco (PSDB). Defensor ferrenho do direito dos policiais militares – foi considerado mártir da greve de fevereiro de 2011 –, Prisco é um nome forte para uma votação tão expressiva quanto na eleição para a Câmara em 2012. Tanto que a eleição é considerada certa mesmo por adversários.

A outra candidatura citada com musculatura suficiente para obter êxito é a da vereadora Fabíola Mansur (PSB). No campo da oposição ao governo ACM Neto, a socialista aparece como uma das prováveis deputadas estaduais em 2014. Com o indicativo nacional de que o PSB precisa ter uma presença marcante nas chapas proporcionais, Fabíola aparece bem na luta pelos direitos de minorias e, com a virtual ascensão do deputado federal Capitão Tadeu (PSB) para a Câmara Federal, o nome dela ganha força para desembarcar na Assembleia.

Entendimento será prioridade

As disputas internas não estão limitadas ao PV. É o caso do grupo de vereadores ligados à Igreja Universal e que podem ter mais de uma candidatura, a deputado federal ou estadual, dependendo do entendimento entre as lideranças partidárias.
Nesse bojo surgem Isnard Araújo (PR), virtual candidato a federal, e Tia Eron e Luiz Carlos (PRB), que podem ser alçados a postulantes da Assembleia.

O caso deles, todavia, será conseqüência do entendimento entre o deputado federal Márcio Marinho e estadual Sidelvan Nóbrega, que podem batalhar pela Câmara ou ficar nas posições atuais.

Dentro do PT, Gilmar Santiago e Suíca são os potenciais candidatos. Situação inusitada vivem os peemedebistas. A possibilidade de candidatura de Pedrinho Pepê e Alfredo Mangueira é cogitada para que o suplente, Pedro Godinho, retorne à Câmara. E, para série de disputas pouco ortodoxas, quem vive um dilema é Geraldo Jr. (PTN). Possível candidato a deputado estadual, o apadrinhamento do ex-prefeito João Henrique (sem partido) vai ser dividido com a atual esposa de JH, Tatiana Paraíso, o que pode minar as chances de Geraldinho chegar à Assembleia.

A lista ainda não para por aí. Os outros nomes, entretanto, não aparecem com a mesma frequência nas rodas de conversa. E inclui Alan Castro (PTN), David Rios (PSD), Edvaldo Brito (PTB), Aladilce Souza (PCdoB), Hilton Coelho (PSOL) e Paulo Câmara (PSDB).

*Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 24 e 25 de agosto de 2013