Aleluia diz que a ação do Movimento Passe Livre em Salvador é “molecagem”

Desgastados após duas semanas de ocupação da Câmara de Salvador e depois de uma série de críticas de vereadores durante a sessão da última terça-feira (06), o Movimento Passe Livre (MPL) foi classificado pelo secretário de Urbanismo e Transportes da capital baiana, José Carlos Aleluia, como “molecagem”. O termo foi utilizado pelo titular da pasta em entrevista à rádio Sociedade nessa quarta-feira (7/8), em meio a perguntas sobre as manifestações que acontecem em todo o Brasil desde o mês de junho.

Para ele, a ocupação do Legislativo municipal é reflexo da ação de militantes partidários no movimento. “Quem está lá não é o povo que foi pra rua. Quem está lá não tem respeito pelo povo e pela cidade, são pessoas ligadas a movimento político, a intenção é só fazer molecagem”, avaliou Aleluia, um dos secretários que tentaram negociar com o MPL ainda no mês de junho, quando uma grande mobilização chegou ao Palácio Thomé de Souza. À época, o secretário foi o único auxiliar direto do prefeito ACM Neto (DEM) a tratar diretamente com os manifestantes e acabou hostilizado – os integrantes da passeata não chegaram a um consenso sobre uma comissão para ser recebida pelo prefeito e, desde então, existe a negociação para que haja o encontro com o chefe do Executivo municipal.

O tom mais ríspido de Aleluia veio um dia após os ocupantes da Câmara utilizarem as galerias do Legislativo para manifestar apoio aos vereadores da oposição e ironizar governistas, com direito a cânticos com letras alteradas. “O movimento é político partidário. Não tem o menor respeito pela cidade e pela Câmara. Não devemos dar atenção a esse pessoal e levá-los a sério”, desabafou o secretário de Urbanismo e Transportes.

Ontem à tarde, no entanto, o vereador Gilmar Santiago (PT), líder da oposição na Câmara de Salvador, confirmou um encontro entre 14 representantes do MPL e o governador Jaques Wagner para amanhã, às 17h. Há a expectativa de uma reunião com ACM Neto também, bem como a realização da audiência pública na Assembleia Legislativa, às 14h. De acordo com o movimento, eles trabalham com a perspectiva de que secretários de estado e autoridades competentes estejam presentes na audiência pública na Assembleia. E ainda aproveitam para alfinetar o prefeito da capital baiana. “Esperamos que o prefeito de Salvador, ACM Neto, tenha a mesma postura democrática, recebendo os integrantes do movimento para estabelecer uma negociação direta”, sinalizou comunicado do MPL.

*Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 08 de agosto de 2013

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