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Questionados, os filiados ao PTN negam qualquer tipo de acirramento dos ânimos nas relações entre os integrantes da sigla – e também com a prefeitura de Salvador. Porém, nos bastidores, a saída de João Carlos Bacelar da Secretaria de Educação pode dar um pontapé mais forte para alterações nos quadros do partido. As mudanças incluem a filiação do novo titular da pasta, Jorge Khoury, a sinalização de desfiliação do agora ex-deputado Uziel Bueno e uma conversa que há tempos percorre os corredores da Câmara de Salvador, a migração do vereador Carlos Muniz para outra legenda. No legislativo municipal, entretanto, o assunto é comentado com discrição.

De acordo com informações chegadas à Tribuna, a filiação de Khoury ao PTN é considerada sacramentada, apesar de não ter sido oficializada ainda. Durante a transmissão de cargo de Bacelar para o novo secretário, o assunto foi recorrente entre os presentes e fontes próximas à direção do partido confirmam que a ideia é realizar uma dobradinha entre os ex-titular da Educação de Salvador e o atual na chapa para a Câmara Federal do próximo ano. O próprio Bacelar já indicou esse caminho ao apostar na eleição de dois deputados federais e cinco ou seis deputados estaduais em 2014. O segundo nome – o primeiro seria o de Bacelar -, apesar de não confirmado, caminha para ser o de Khoury, que exerceu mandato parlamentar até 2010 pelo DEM. “Antes de outubro o secretário Jorge Khoury vai confirmar a filiação dele para estar dentro do prazo para candidatura a deputado federal no ano que vem”, assegurou um representante da sigla, em reservado.

Segundo suplente na Assembleia e empossado após uma série de confluências – a permanência de Bacelar na Educação e a eleição de Luizinho Sobral como prefeito de Irecê -, o comunicador Uziel Bueno confessou ter sido pego de surpresa com a notícia que deixaria o mandato. Em entrevista recente, Bueno não falou abertamente em desfiliação, porém admitiu ter recebido convites de outras legendas. Com expressiva votação em 2010, Bueno ainda trata o PTN como “casa”, mas ainda não definiu se será ou não candidato a deputado estadual no próximo ano. “Gosto muito do PTN. Os integrantes sempre foram muito respeitosos comigo e eu ajudei muito o partido a crescer, participando ativamente da campanha de 2010 e ajudando os vereadores que estão hoje na Câmara”, sinalizou o agora ex-deputado.

Muniz tenta controlar outra sigla

Em rota de colisão com o secretário de Educação, João Carlos Bacelar, à época em que a oposição denunciou irregularidades na contratação do programa Alfa e Beto, o vereador Carlos Muniz (PTN) é considerado, por outros detentores de cadeira na Câmara de Vereadores, um “rebelado”. Ninguém fala abertamente, porém os sinais de que Muniz pode trocar de legenda foram dados, em reservado, a partir de viagens do edil para Brasília (DF), onde teria negociado com lideranças de outros partidos.

“Esse barulho é porque ele (Muniz) está planejando sair do PTN”, afirmou um vereador que prefere não revelar a identidade, quando Muniz bradou para que Bacelar deixasse o posto de secretário municipal e permitisse que o PTN adotasse uma postura mais independente no legislativo. Tanto que, em mais de uma oportunidade, o próprio vereador sugeriu não fazer parte da base do governo, apenas acompanhar as decisões da bancada do partido na Câmara. Procurado pela reportagem, Muniz não foi localizado para comentar as informações.

Apesar das sinalizações de que não estariam totalmente satisfeito com a relação entre a prefeitura e o PTN, Muniz esteve ontem num café da manhã com o novo secretário, Jorge Khoury. Estavam presentes, além dele, os vereadores Tiago Correia, Toinho Carolino, Kiki Bispo e Alan Castro. O único edil do PTN ausente, Geraldo Jr., justificou compromissos agendados anteriormente para não participar – e frisou o apoio a Khoury.