Colbert Martins avalia que ciclo do PT terminou
Recém-inocentado pela Controladoria Geral da União após ser preso durante a Operação Voucher, o deputado federal Colbert Martins (PMDB-BA) reiterou não ter participado de qualquer esquema de corrupção no Ministério do Turismo em entrevista à rádio Tudo FM. Base do governo federal, Martins não se isentou em criticar as posturas adotadas pelo Executivo na relação com o Congresso e foi taxativo: “O ciclo do PT terminou”.
Para o parlamentar, o desgaste vivenciado pela presidente Dilma Rousseff é semelhante ao encarnado pelo falecido Antonio Carlos Magalhães, quando na ascensão do governador Jaques Wagner, e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito contra o candidato de FHC. “Eu não sei o que é que vai dar na Bahia, mas parece que há um ciclo e que o ciclo do PT terminou. Há certa exaustão. Eu acho que nós estamos diante de situações que podem ser completamente novas. Tanto no Brasil quanto na Bahia”, avaliou o peemedebista.
Na opinião dele, a área econômica é uma das espinhas dorsais para o problema. “Esse tipo de proposta econômica existe desde Fernando Henrique e não mudou nada. Lula achou que foi uma marolinha e nós estamos sendo atropelados por uma ondona”, apontou Martins.
Alvo de uma série de derrotas na Câmara Federal, a presidente Dilma tende a manter o mesmo ritmo negativo, na avaliação do deputado federal baiano. Segundo ele, “ninguém conversa com ninguém, nem a presidente conversa com os elementos da base partidária e muito menos o PT conversa com alguém”. “Nesse momento há uma desarticulação completa da base. As derrotas se sucederam e aí a presidente está anunciando um veto a tudo aquilo que nós aprovamos com relação à redução de bilhetes de transporte urbano. Se isso acontecer agora, até porque a presidente não conversa com ninguém sobre isso, aí o reflexo da pesquisa pode ser pior ainda. Não há diálogo, com esse governo não se conversa”, sinalizou o peemedebista.
“Se tiver um lugar chamado inferno, para isso aqui (Câmara Federal) é pouco. Está uma confusão sem tamanho. Há uma descoordenação muito grande. Esses movimentos de junho acabaram com ações terríveis”, completou Martins. De acordo com o deputado, a política de relacionamento adotada entre o Executivo e a base de apoio na Câmara “não tem rumo”. Martins, no entanto, reitera sua condição como integrante da bancada da maioria. “Nós somos da base, nós somos governo. O vice-presidente Michel Temer é do governo. Agora o que nós estamos querendo é a mudança de comportamento e de relação”, concluiu o deputado.
*Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 19 de julho de 2013