Sucessão estadual fica fora de plano no Dois de Julho
Definitivamente as mobilizações populares modificaram a agenda política brasileira e baiana. A cada questionamento sobre o assunto, os políticos presentes tangenciavam quando questionados sobre as eleições 2014. O líder do projeto, governador Jaques Wagner, conforme apontado pela imensa base de apoio, deixou bem claro que não é o momento de falar sobre o tema. “Não sei ainda”, respondeu quando instado a falar sobre quem é o seu candidato ao Palácio de Ondina no próximo ano.
Dos pré-candidatos citados nas rodas políticas, quatro cercavam o governador durante todo o trajeto do desfile cívico, os petistas Rui Costa e José Sérgio Gabrielli, o vice-governador Otto Alencar (PSD) e a senadora Lídice da Mata (PSB). O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PDT), também participou de parte do cortejo, porém não tão próximo de Wagner. O senador Walter Pinheiro (PT) ficou em Brasília, cumprindo agenda parlamentar. Luiz Caetano (PT), outro pré-candidato da base, não figurou perto do morador do Palácio de Ondina – em compensação, seu sucessor, Ademar Delgado (PT), caminhou durante um bom tempo com Wagner.
Apontado como favorito pelo governador, Rui Costa brincou com o fato de ter passado parte do trajeto inicial lado a lado com o chefe. “Eu estou ao lado dele há 33 anos (risos). O governador só vai definir isso lá para o final do ano. Ele já disse que a partir de setembro ele pretende conversar com os partidos”, afirmou o secretário da Casa Civil. Costa, todavia, manteve um discurso coerente com os chefes dos Executivo federal e estadual, numa postura, nas entrelinhas, que sinaliza uma bandeira para 2014. “Os índices federados estaduais e municipais são muito dependentes do marco regulatório e das transferências de recursos da União. Essas mudanças no plano nacional, transformadas em lei, na Bahia garantem mais investimentos nas áreas de mobilidade, educação e saúde”, indicou, quando questionado sobre os reflexos das manifestações no governo estadual.
José Sérgio Gabrielli também deixou de lado a sucessão na Bahia durante o trajeto. Em conversa com a reportagem, o secretário optou por minimizar as reações da população nas ruas e não falou sobre 2014. “O Dois de Julho é uma festa do movimento popular, da libertação do povo brasileiro. Sempre tem manifestações e são absolutamente legítimas, refletem uma aspiração da população de melhorias dos serviços públicos e aprofundamento da redução da desigualdade”, avaliou o petista.
Para o vice-governador, a hipótese de uma candidatura a sucessão de Wagner não é considerada. “Ele não vai me convidar, até porque ele conhece minha posição política. Não me vejo candidato, não estou me propondo a isso. Eu acho que eu vou contribuir até sem ser candidato”, assegurou o também presidente regional do PSD.
*Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 03 de julho de 2013