Deputados baianos defendem reforma política
Poucos temas conseguem unir parlamentares de governo e de oposição. Um deles é a reforma política, defendida nas últimas horas pela presidente Dilma Rousseff. Apesar de concordarem sobre a necessidade da reforma, os deputados não compartilham a mesma opinião sobre a condução do projeto. É o que acontece com os deputados estaduais Joseildo Ramos (PT) e Carlos Geilson (PTN) que, em lados opostos, pediram a reforma, ao mesmo tempo em que reclamaram do formato – sem esquecer que os posicionamentos deles são meramente ilustrativos, pois o Congresso Nacional é quem pode deliberar sobre o tema.
Para o petista, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, a convocação de uma nova Constituinte pela presidente é motivo de comemoração. “É tempo de ouvir, refletir e ousar. A nossa presidente Dilma tem a grande oportunidade de fazer a mãe de todas as reformas, a partir de uma Assembleia Constituinte soberana, formada somente para poder tratar de um novo sistema político. O povo está na rua clamando contra a corrupção, e na política a raiz principal da corrupção está no financiamento privado das eleições”, defendeu Ramos.
O deputado destacou ainda a necessidade de o país fazer outras reformas para melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro. “Está na hora de fazer uma reforma fiscal, tributária e colocar novamente na pauta a reforma agrária. É preciso colocar terra na mão dos índios, os primeiros habitantes do país, e definitivamente acabar com a tensão no campo. Por isso, estou festejando o povo nas ruas”, disse.
Já o oposicionista Carlos Geilson avalia que o Congresso Nacional tem condições de conduzir a reforma política, sem necessidade de convocar um plebiscito ou convocar um processo constituinte específico para a promoção da matéria. Para ele, é preciso que o governo cobre a aprovação por parlamentares da base do governo, excluindo-se a hipótese de convocar uma nova Assembleia Constituinte.
“Propor plebiscito só pode ter sido uma jogada de marketing para diminuir os ânimos nas ruas”, atacou Geilson. Assim como o colega petista de Legislativo, ele defendeu situações como a convergência das eleições e o financiamento público de campanha. Porém, ponderou: “Seria uma resposta mais direta para a sociedade a presidente exigir de sua base a aprovação do projeto que está no Congresso e que todo ano esquenta os debates, depois fica na gaveta”, assinalou o parlamentar.
*Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 26 de junho de 2013