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Com opiniões diversas quanto a validade de pesquisas eleitorais a mais de um ano do pleito, dois dos principais partidos do tabuleiro político baiano, DEM e PT reforçaram as teses de que cada um interpreta esses levantamentos a seu bel prazer. Enquanto o DEM aparece à frente em dois possíveis cenários da sondagem estimulada realizada pela Farani Consultoria e Pesquisa, o possível candidato petista patina nos números. Neste cenário, o resultado, que traz o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), como nome mais forte ao governo estadual, e a presidente Dilma Rousseff reeleita em primeiro turno, suscita o debate sobre os rumos da campanha eleitoral de 2014.

Segundo a pesquisa, encomendada por deputados estaduais de oposição ao governo baiano, a sondagem estimulada tem o prefeito de Salvador como franco favorito na primeira sondagem, com 55% das intenções de voto. Todos os demais candidatos aparecem com menos de 10% de preferência dos eleitores. O segundo colocado é também da oposição, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que surge com 8,5%, seguido de perto pela senadora Lídice da Mata (PSB), com 7,5%. Neste cenário ainda pontuam o vice-governador Otto Alencar (PSD), com 3,7% dos votos, Rui Costa (PT), com 1,3%, Marcelo Nilo (PDT), com 1,2% e João Gualberto (PSDB), com meros 0,5%.

Em outra simulação, quando ACM Neto é substituído pelo ex-governador Paulo Souto, o DEM também aparece na frente, porém com um percentual mais tímido. Souto teria 28,2% das intenções de voto, seguido de Geddel, com 16%, Lídice, 10%, Otto com 5,5%, Rui com 1,8%, Nilo com 1,5% e Gualberto com 1,3%. A consultoria realizou ainda uma pesquisa espontânea, em que o governador Jaques Wagner aparece à frente, com 8,4%. O prefeito de Salvador é lembrado por 5,5% dos entrevistados e Paulo Souto por 1,4%. Geddel Vieira Lima, Marcelo Nilo e Otto Alencar aparecem com 0,7%, 0,6% e 0,4%, respectivamente.

O levantamento com 2.075 pessoas em todo o Estado avaliou ainda as intenções de voto para o Senado, que em 2014 dispõe de apenas uma vaga. No primeiro cenário, Souto aparece com 41,3% e Wagner, com 40,3%. Em outro, Souto lidera com 56,6% e Otto, com 18,5%. Um terceiro coloca Geddel com 42,6% e Otto com 23,8%. A sucessão presidencial também foi pesquisada e coloca Dilma Rousseff (PT) com 56,5% das intenções de voto, Marina Silva, da Rede, com 20,3%, Aécio Neves, do PSDB, com 9,8% e Eduardo Campos, do PSB, com 2,5%.

DEM e PT divergem sobre números

Para o presidente estadual do DEM, deputado estadual Paulo Azi, os números apresentados pelo levantamento da Farani Consultoria e Pesquisa refletem “a insatisfação da população com o governo estadual”. Azi sugere que, nessas condições, “é natural que os nomes de oposição apareçam à frente”. “O resultado é reflexo do que a gente tem visto no contato com a população”, superlativou. Azi, no entanto, adotou um discurso ponderado sobre os próximos rumos a serem discutidos pela oposição com a aferição de dados como os indicados pela pesquisa. “Vamos continuar conversando com os partidos e preparando um programa para ser apresentado. Ainda não é hora de definir nomes, pois o próprio Geddel apareceu bem nas pesquisas”, avaliou.

Jonas Paulo, presidente estadual do PT, relativizou a pesquisa, desconhecida para ele, segundo o próprio. “Pesquisas têm para todos os gostos e sabores. Eu mesmo tenho mais de 10. Não tem validade ou critério científico uma pesquisa realizada sem o cenário estar definido”, defendeu o petista. De acordo com ele, “não faz sentido analisar pesquisas agora, pois o PT ainda não chegou a definir o próprio candidato entre os quatro”. Na opinião de Jonas Paulo, ainda é cedo para utilizar pesquisas comparativas entre candidatos de partidos distintos, apesar de admitir que o PT utiliza como balizador para a escolha do candidato da sigla. “O PT sequer escolheu seu nome, então não há cenário de disputa estabelecido”, completou o petista. Procurado, o presidente estadual do PMDB, Geddel Vieira Lima, não foi localizado para comentar a pesquisa.

* Matéria produzida originalmente para a Tribuna da Bahia