Vereadores fazem novo acordo para votação das contas de João Henrique dia 17
Apesar da insistência de partidos que compõem a minoria na Câmara de Vereadores, o colégio de líderes fechou acordo para que as contas do ex-prefeito João Henrique referentes ao exercício 2010 sejam votadas no próximo dia 17. A proposição foi feita pelo vereador José Trindade (PSL), mas mostrou-se viável a partir do indicativo da vereadora Fabíola Mansur (PSB), integrante da oposição, sinalizar que poderia haver um consenso entre os líderes partidários com a data.
“Todos os vereadores concordaram em votar as contas no dia 17, sem obstrução, com preferência e com quórum. O PSB foi um dos primeiros a defender a votação o quanto antes, porém, quando vi a possibilidade de consenso, aceitei a data proposta”, relata a socialista, que chegou a ser criticada por companheiros de bancada.
Sete partidos defenderam a votação imediata das contas de João Henrique, PT, PCdoB, PSD, PPS, PSDB, PTB e PPS. Os demais optaram por buscar um consenso com os vereadores que fazem parte do núcleo de apoio ao ex-prefeito na Câmara. Geraldo Jr. (PTN), um dos principais articuladores de JH, frisou que há um acordo para votação no dia 17, independente de posicionamentos contrários ou favoráveis ao relatório do ex-vereador Sandoval Guimarães, então presidente da Comissão de Orçamento e Finanças.
“Eu serei o primeiro vereador a assinar a preferência. Não vou obstruir, mas vou discutir o conteúdo da matéria. O colégio de líderes não pode se sobrepor ao plenário ou ao direito de um vereador”, avisou Geraldo Jr. Segundo ele, a votação poderia acontecer hoje, porém os vereadores teriam que discutir tecnicamente ponto a ponto, o que não deve acontecer na data acordada. “Se não votar no dia 17, eu…”, absteve-se o homem de confiança de João Henrique.
Para o líder do governo, Joceval Guimarães (PPS), a decisão de votar as contas do ex-prefeito segue orientação de cada partido e não das bancadas. “Eu sou líder do governo e defendi, como líder do PPS, que as contas fossem votadas amanhã (hoje). A sociedade não suporta mais esperar”, defendeu Joceval. O apoio à votação imediata, proposto pelo governista, entretanto, foi encarado como uma estratégia para não polemizar o tema entre governo e oposição – o que acontece quando a liderança da minoria é consultada.
“Não houve consenso com relação à data. Houve votação e, por maioria, os partidos decidiram pelo dia 17. Amanhã (hoje) não ficou definida a votação de nenhum projeto e a oposição vai apresentar o pedido para votar as contas na sessão”, alertou o petista Gilmar Santiago (PT).
A fala do petista, entretanto, vai ser minimizada pelos demais partidos, que acreditam ser menos traumático votar depois com acordo, do que insistir na análise sem negociação com os vereadores ligados ao ex-prefeito, que mostraram na semana passada que possuem articulação suficiente para impedir a realização de sessão.
*Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 03 de abril de 2013