Movimento do PSB baiano difere do que é registrado no plano nacional
Dado como candidato à Presidência da República em 2014 nos bastidores, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, tem começado suas mobilizações no plano federal. De acordo com a imprensa nacional, o socialista tenta aproximação com PDT e PTB – ambos da base aliada da presidente Dilma Rousseff –, fez movimentos para captar apoio de lideranças do PMDB, que detém a vice-presidência, com Michel Temer, e ainda busca conversas com o PPS, atualmente na oposição em Brasília. As articulações, entretanto, não se repetem na Bahia, segundo lideranças dos partidos consultadas pela Tribuna.
Para o presidente estadual do PTB, Jonival Lucas, “pode até haver mobilização de alguns membros do partido, mas não há um indicativo nacional para esse caminho”. O dirigente reforçou que o PTB faz parte da base de governo da presidente Dilma e que não há qualquer insinuação contrária, por enquanto. “O que posso dizer é que o PTB faz parte da base da presidente Dilma. Pelas informações que tenho, não há conversa nesse sentido (aproximação com o PSB)”, aponta Lucas.
Situação similar é sugerida pelo presidente estadual do PDT, Alexandre Brust. O pedetista usa ainda uma analogia pouco usual para afirmar seu desconhecimento sobre uma virtual aproximação de Eduardo Campos da direção nacional da sigla – atualmente presidida pelo ex-ministro Carlos Lupi, que não nutre boas relações com o Palácio do Planalto desde a sua demissão doMinistério do Trabalho.
“Estou mais por fora que água de coco. Eu sei que a água de coco ficaria por dentro, mas o coco é meu e eu coloco a água onde eu quiser”, despista Brust. Ambas as legendas frisam a composição com a base de apoio do governo federal, porém, o argumento torna-se pouco consistente a partir da análise de que o próprio PSB forma a mesma bancada de apoio e, de acordo com informações dos corredores, possui Eduardo Campos como candidatíssimo em 2014 – contra a reeleição de Dilma, já anunciada pelo PT.
No PMDB, a aproximação de Campos, que almoçou com o presidente estadual da sigla, Lúcio Vieira Lima, há alguns dias, é um pouco mais complexa, pois o peemedebista Michel Temer caminha para manter seu nome na chapa ao lado de Dilma.
“Eu almocei com Eduardo Campos para conhecer o modelo de gestão de Pernambuco, elogiado por todos, especialmente os projetos contra a seca. Agora, o governador Eduardo Campos, como candidato a presidente, é natural que se aproxime de lideranças que têm voto. A eleição foi antecipada e todos os candidatos fazem movimentações nesse sentido”, avaliou Lúcio.
Procurados pela reportagem, o presidente do PPS na Bahia, Ederval Xavier, e a senadora Lídice da Mata, dirigente do PSB, não foram localizados para comentar a movimentação de Eduardo Campos e uma possível influência nos rumos da eleição na Bahia.