Prefeito anuncia programa de alfabetização sob protestos
Em um dia marcado por protestos de professores – um grupo esteve na sede da Secretaria Municipal da Educação pela manhã e à tarde na porta do Palácio Thomé de Souza -, o prefeito ACM Neto e o secretário de Educação, João Carlos Bacelar, anunciaram a Operação Salvador Alfabetiza, que inclui o polêmico projeto Alfa e Beto, questionado por entidades representativas da classe. De acordo com o prefeito, o objetivo da operação é melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que atualmente coloca a capital baiana na 22ª colocação entre as capitais nas séries iniciais e na penúltima posição quando as séries finais são analisadas. O prefeito questionou o cunho politizado empregado por vereadores da oposição, que acompanharam as reivindicações dos professores.
“É legítimo a APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia) se manifestar. Agora, não há politização, não há partidarização que vá impedir a prefeitura de fazer o que precisa ser feito para melhorar a educação em Salvador”, criticou ACM Neto. Na explicação do novo programa, o prefeito frisou o incentivo para que os professores passem a atuar o projeto Alfa e Beto, porém ressaltou que não será obrigatória a adesão. “O programa é voluntário e adere quem quiser. Não há por que partidarizar o debate. Eu lamento que vereadores da oposição queiram partidarizar uma coisa que é para melhorar a qualidade da educação de Salvador”, assegurou o prefeito.
O secretário de Educação também reclamou do que ele chamou de partidarização do processo de discussão do programa de alfabetização, mas deu preferência por enfatizar as razões para o projeto, como, por exemplo, a melhoria de índices educacionais nas cidades em que o projeto foi implantado. Segundo Bacelar, o programa vai trazer benefícios também para os profissionais que atuam na rede. “Para essa operação, independente de material, só de salário, de professor, de coordenador e de quem vai trabalhar na escola, em sala de aula, R$ 14 milhões. É um esforço tremendo da prefeitura de Salvador com as suas limitações orçamentárias e financeiras”, justificou. Outro ponto apresentado como “diferencial” pelo secretário faz menção à avaliação periódica dos alunos. “De dois em dois meses, todos os alunos serão submetidos a uma avaliação externa”.
*Publicado originalmente na Tribuna da Bahia de 08 de março de 2013