Ex-aliados de João Henrique comentam a rejeição das contas de 3 anos seguidos

Três partidos durante oito anos de mandato mostram a flexibilidade política a que a prefeitura de Salvador esteve submetida enquanto esteve sob a batuta de João Henrique, de 1º de janeiro de 2005 até o próximo dia 31 de dezembro. Eleito pelo PDT, reeleito pelo PMDB e encerrando sua administração filiado ao PP, JH teve as contas rejeitadas pela Câmara, na opinião de lideranças políticas, como resultado do período em que comandou o Palácio Thomé de Souza.

Para Alexandre Brust, presidente estadual do PDT, João Henrique encerra sua administração de “maneira lamentável em todos os aspectos”. Frisando que o prefeito nunca foi do PDT, apesar de ter sido filiado e eleito pelo partido, Brust lembra que três contas reprovadas em sequência mostram a falta de capacidade administrativa do prefeito. “Os grandes problemas entraram e sairão com ele da prefeitura”, lamenta o pedetista. Brust prefere não falar sobre a inelegibilidade do prefeito, pois admite que o quadro não é irreversível. “A eventual inelegibilidade dele quem decide é o Poder Judiciário”, aponta o dirigente.

Do lado do PMDB, partido responsável pela reeleição dele em 2008 – João Henrique saiu da última posição nas pesquisas para a vitória em segundo turno contra Walter Pinheiro (PT), o posicionamento é menos polido, apesar de cortês. “O PMDB sempre defendeu que essa questão deveria ser analisada de maneira técnica e não política. Não cabia aos vereadores outra opção, a não ser a rejeição das contas”, afirma Lúcio Vieira Lima, presidente estadual da sigla. O irmão dele, Geddel, considerado patrocinador direto pela virada de JH em 2008, é ainda mais enfático ao criticar o prefeito. “Ele é uma página triste na história de Salvador. Pessoalmente, eu pago um preço alto por ter me iludido com a figura dissimulada de João Henrique”, sugere Geddel.

Mário Negromonte, presidente estadual da atual legenda de JH, não fala em inelegibilidade, mas considera que dolo ou fato mais grave, essas questões precisam ser analisadas. “Os vereadores votaram em função do que o Tribunal de Contas dos Municípios votou. Eles validaram a decisão do TCM. A passagem meteórica pelos partidos, impedindo um relacionamento mais próximo”, segundo ele, “também contribuiu para esse resultado”.

* Publicado originalmente na Tribuna da Bahia de 14 de dezembro de 2012

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