Aliados minimizam acirramento no debate entre ACM Neto e Pelegrino
Comparado em redes sociais a um embate num octógono de UFC, o debate da Record Bahia repercute entre lideranças partidárias da Bahia, que exaltam o desempenho dos próprios candidatos e criticam os adversários. Em conversa com a Tribuna, o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, acusou ACM Neto (DEM) de “baixar o nível do debate”, evitando falar de propostas e partindo para críticas. De acordo com o dirigente, Nelson Pelegrino (PT) teve que “responder à altura” as provocações, sugerindo que os debates realizados no segundo turno “têm sido acirrados no campo do denuncismo”. “O debate tem revelado que o candidato adversário quer quebrar a identidade do nosso candidato com o projeto que está mudando o Brasil e a Bahia”, apontou Jonas Paulo, citando programas como o Minha Casa, Minha Vida, o Bolsa Família e o Luz para Todos como heranças de governos do PT.
Outro a reagir foi o vice-governador, Otto Alencar (PSD), citado por fazer parte do grupo ligado ao ex-senador Antonio Carlos Magalhães à época dos grampos telefônicos e da invasão da Faculdade de Direito da Ufba. Segundo ele, a maior mentira foi ter atribuído os grampos a ele e a César Borges. “Ele próprio sabe, porque é neto do senador ACM, que àquela época ficou constatado, toda a imprensa deu, que a responsabilidade (pelos grampos) foi de ACM”, afirmou ao site Política Livre.
Mesmo tendo chancelado a vice de Pelegrino, Olívia Santana (PCdoB), Daniel Almeida, presidente estadual da sigla, tem uma postura mais moderada frente à análise dos debates. Segundo o comunista, o tom agressivo e as ofensas contribuem pouco para a decisão da população, mas, diante de provocações, é necessário reagir. “Quando alguém toma a iniciativa do ataque, tem que haver a defesa. Lamento que no debate se discuta menos propostas para a cidade e mais atributos dos candidatos”, analisou Almeida. “Pelegrino acabou concluindo que tem que ser mais enérgico e nesse debate ele foi”, comenta o comunista.
Para o presidente estadual do DEM, José Carlos Aleluia, os debates têm sido um exercício para mostrar que o candidato dele está mais preparado para governar Salvador. Aleluia disse que “o candidato do governador Wagner está perdendo o afinamento” por “estar pressionado pelos números”, atribuindo a ele “impropérios” na corrida eleitoral.
Sempre ácido, o peemedebista Geddel Vieira Lima reclamou de excessos de Pelegrino. Apoiando ACM Neto, Geddel provocou na internet o adversário e falou que foi possível ver a “raiva nos olhos” do petista. “O nosso candidato manteve a tranquilidade, enquanto o adversário mostrou desespero”, avaliou o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal.
* Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 24 de outubro de 2012