Nelson Pelegrino e ACM Neto falam sobre o segundo turno
Confirmando as tendências apontadas nas recentes pesquisas eleitorais, a eleição para prefeito de Salvador será definida no segundo turno.
Numa disputa bastante acirrada, o candidato ACM Neto (DEM) obteve 40,17% dos votos, contra Nelson Pelegrino (PT) que obteve 39,73%, menos de 1 ponto porcentual de diferença – apenas 5.596 votos -, com promessa de batalha voto a voto no próximo embate dia 27.
À frente nas últimas pesquisas, Pelegrino minimizou a segunda posição no pleito, apontando, principalmente, a equiparação das votações entre ele e o adversário democrata.
Em entrevista coletiva, após a consolidação do resultado, o petista frisou que sempre soube que a disputa seria equilibrada. “As pesquisas mostraram um grande equilíbrio entre os candidatos e as urnas comprovaram isso. A leitura é que nós saímos com 13% e chegamos empatados. Nós sempre apostamos que essa eleição seria definida no segundo turno. Acho que nós vamos ganhar a eleição”, afirmou Pelegrino.
“O candidato do DEM achava que ia ganhar no primeiro turno e a disputa acabou ficando para o segundo turno. Foi um crescimento importante nosso”, indicou Pelegrino.
No comitê de campanha do candidato, na Avenida ACM, a militância do PT entoava o jingle da campanha, vibrando a cada vez que o nome de Pelegrino era repetido na música.
Sempre ao seu lado, além da candidata a vice-prefeita, Olívia Santana (PCdoB), figurava o deputado federal Sérgio Carneiro (PT), irmão do atual prefeito de Salvador, João Henrique, e um dos maiores entusiastas da candidatura do petista.
Disputando pela quarta vez a prefeitura de Salvador, Pelegrino lembrou das tentativas anteriores, quando, segundo ele, ficou de fora por um percentual muito pequeno – número que se repetiu em 2012, porém garantindo uma vaga para o petista pela primeira vez na disputa do segundo turno.
“Considero que a campanha foi vitoriosa, vamos para o segundo turno crescendo”, apontou o petista, que aproveitou para alfinetar os adversários. “Eles já tiveram a oportunidade de governar Salvador. Vamos mostrar que nós somos a mudança”, provocou Pelegrino, que atendeu uma chamada do governador pouco depois da coletiva, antes de se deslocar até o Rio Vermelho, ponto de encontro tradicional entre os militantes do PT.
O candidato democrata correspondeu à euforia de sua militância que o esperava ontem à noite no comitê de campanha, na Avenida Vasco da Gama, após 100% das urnas fechadas e bradou que irá ganhar na segunda etapa da eleição, tendo como estímulo a “aliança com o povo de Salvador”.
“O Ibope deu que a gente perdia por sete pontos e nós ganhamos neste primeiro turno. O povo de Salvador mostrou hoje que é livre e que sabe escolher e nós vamos juntos na luta pelo segundo turno e se Deus quiser vamos chegar lá”, discursou ao lado da vice Célia Sacramento (PV) e aliados.
ACM Neto ironizou a pesquisa de boca de urna e as demais avaliações dos últimos dias que apontavam Pelegrino na frente. “A turma do Ibope vai dormir triste não é?”, questionou, provocando risos. Já na entrevista coletiva, o candidato foi mais enfático e disse diretamente que o instituto havia errado “feio” e que por isso teria que “se explicar” para o eleitor.
Questionado se o tom da campanha seria mais agressivo no segundo turno, Neto negou, mas deixou nas entrelinhas que se houvesse ataque, ele partiria para a defesa. “Eu quero discutir a cidade. Eu não quero agredir ninguém. Agora eu tenho que me defender. Eu fui o candidato a prefeito mais agredido do país. Fui agredido pela campanha do PT que tinha três vezes mais tempo de propaganda”, enfatizou.
* Matéria de Lilian Machado e Fernando Duarte, publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 08 de outubro de 2012