Líderes políticos criticam rigidez do último debate na TV

Considerados por muitos como o clímax da campanha eleitoral, os debates antes do primeiro turno das eleições 2012 em Salvador deixaram a desejar na opinião de líderes políticos dos partidos dos três candidatos que aparecem melhor pontuados nas pesquisas eleitorais. De acordo com o senador Walter Pinheiro (PT), coordenador da campanha do correligionário Nelson Pelegrino, na quinta-feira (4/10), “os candidatos pensaram duas vezes antes de provocar um debate mais acirrado”. A situação observada pelo petista não aconteceu somente no embate da TV Bahia, mas se repetiu também nos encontros em outras emissoras. “Os debates têm uma contribuição boa, mas não só o tempo como também o horário limitam a apresentação de propostas e o debate de ideias entre os candidatos”, aponta Pinheiro.

“Debate bom é o do segundo turno”, espera o presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima. Segundo ele, o debate “morno” é uma queixa que acontece em todas as eleições. “O modelo é muito engessado, não permite um confronto de ideias mais direto. Para falar de um, é preciso usar a resposta do outro”, reclama Vieira Lima. O debate da TV Bahia, último antes das eleições 2012, também foi alvo de críticas do peemedebista com relação ao horário escolhido. “Tinha que colocar o debate no horário nobre. É melhor para os espectadores, para os candidatos e para os mediadores”, sugere.

José Carlos Aleluia, presidente estadual do DEM, tem opinião similar à do peemedebista. “Foi um debate mais curto e o método matemático para dar oportunidade a todos os candidatos tornou o debate mais difícil. Seis candidatos é muito difícil para fazer um debate”, afirma Aleluia. Na opinião do democrata, o esperado confronto entre ACM Neto (DEM) e Pelegrino – realizado apenas uma vez no último encontro e com tema livre – não atendeu totalmente à expectativa. “O candidato de Wagner (Jaques Wagner) estava muito nervoso. Pelegrino fugiu o tempo inteiro e Neto esperou até o último momento para ver até onde ele iria”, alfineta Aleluia. Apesar da argumentação de que o adversário evitou o democrata, ACM Neto teve oportunidade de escolher Pelegrino quando o tema era escolhido por sorteio, mas não fez essa opção.

Ponto confluente entre as lideranças, o horário escolhido para o debate não foi o ideal, segundo Pinheiro, que adotou a mesma postura de Vieira Lima. “As televisões falam que os debates são a contribuição delas para o processo eleitoral, por que o não acontece num horário mais próximo do que eles chamam de nobre?”, questiona o petista.

* Publicado originalmente na Tribuna da Bahia de 06 e 07 de outubro de 2012

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