Violência nas eleições preocupa gestores
Eleitores de 78 municípios conviverão com o reforço do policiamento após solicitação formal à presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA) no dia 7 de outubro. Em diversos municípios, o acirramento da disputa provocou atos que preocupam e amedrontam gestores, como no caso de Rafael Jambeiro. A candidata a reeleição, Cibele Oliveira de Carvalho (PT), solicitou esta semana a inclusão da cidade na lista para receber reforços da Polícia Militar e da Polícia Civil. Nessa quarta-feira (3/10), a prefeita ganhou o apoio do governador Jaques Wagner, que cumpriu agenda política na cidade num ato de desagravo às ações de vandalismo supostamente realizadas por opositores, após a manutenção da candidatura de Cibele.
Segundo a gestora, a depredação aconteceu na própria residência e de vários correligionários, deixando a população assustada com a insegurança pública e a violência registrada neste pleito. “Não cabe, hoje em dia, atos de violência de quem quer que seja e contra quem quer que seja”, defendeu o chefe do executivo baiano em passagem pela cidade.
O governador reiterou que as eleições devem acontecer sem violência, como exemplo de civilidade entre os adversários. No município, Wagner pediu que os militantes do partido da prefeita não revidassem às agressões imputadas por Cibele a correligionários do adversário, Joeldeval de Souza de Carmo (PMDB). A delicada situação na cidade já havia sido alvo de críticas do líder da oposição na Assembleia Legislativa, Paulo Azi (DEM), que acusou a prefeita petista de uso de reforço policial para ameaçar opositores.
Para evitar que ameaças e supostas agressões virem uma realidade, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) anunciou ontem o planejamento da pasta para as eleições municipais. “As forças de segurança vão garantir o livre desejo de voto, de maneira isenta”, afirmou o secretário, Maurício Barbosa, durante a coletiva, após apresentar o programa com cerca de 34 mil policiais envolvidos na operação, com foco ainda na prevenção e na punição de pessoas envolvidas em crimes eleitorais.
No interior, onde houver unidades da Polícia Federal, o trabalho será integrado com a Polícia Civil, com divisão de ações no sentido de evitar conflitos. “Trabalharemos de maneira isenta e coibindo quem tentar obstruir o exercício da democracia”, afirmou o comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro.
Camaçari é outra cidade que deve receber reforço a partir de solicitação na última semana antes do pleito. O presidente estadual do PTN e irmão do candidato a prefeito no município da região metropolitana, João Carlos Bacelar, pediu apoio de tropas federais à Procuradoria Geral Eleitoral. O procurador, Sidney Madruga, remeteu ofício à Polícia Federal e à Polícia Militar solicitando efetivo da PF para a cidade, bem como o reforço da Polícia Militar. A tendência é que o número de cidades beneficiadas com o mais efetivo policial no dia 7 de outubro é continuar aumentando.
* Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 04 de outubro de 2012