Ataques dão lugar a promessas em debate

Diferente do debate da TV Itapoan, na segunda-feira (1/10), em que os ânimos entre os candidatos à prefeitura de Salvador se acirraram, o embate da TV Aratu, nessa terça-feira (2) ficou no campo das promessas, da apresentação de propostas, com alguns episódios isolados de confronto direto entre os prefeituráveis.

No primeiro bloco, num bate-bola sem acirramentos, Márcio Marinho (PRB) e Nelson Pelegrino (PT) falaram sobre as propostas na área de saúde, quando defenderam a ampliação dos recursos para o setor, chegando a 20% do orçamento do município. Ao (não) responder o candidato Rogério Da Luz (PRTB), o peemedebista Mário Kertész aproveitou para alfinetar os adversários. “Não quero a cidade dividida entre PT de um lado e o Democratas de outro. Salvador está afundada nos oito anos do desastre chamado João Henrique”, afirmou MK.

Dos cruzamentos entre adversários, Mário perguntou a ACM Neto (DEM) quem estaria por trás das propagandas das associações da Polícia Militar que questionam o pagamento da Gratificação da Atividade Policial (GAP), quase numa dobradinha com o candidato do DEM. “Quem entende de sindicatos e associações é o PT, o PCdoB e talvez o PSOL”, rebateu Neto.

Integrante das bases do governo federal e estadual, o PRB ficou numa situação delicada quando Márcio Marinho teve que responder sobre a opção pela linha 2 do metrô na Avenida Paralela.

Após ser questionado por Neto, Marinho discordou da escolha da prioridade do metrô em detrimento à extensão da linha 1 até Cajazeiras. “O metrô da Paralela não vai atingir a quem mais precisa”. O metrô continuou como assunto do debate entre Pelegrino e Hamilton, que provocou o petista quanto à opção pelo modal na Paralela. De acordo com o pessolista, a região não possui densidade populacional para justificar a escolha e apontou o que ele chama de “especulação imobiliária” como a principal beneficiada.

No segundo bloco do debate, o candidato Hamilton Assis disse que a Copa do Mundo da Fifa trará mais malefícios do que benefícios para a população da cidade, sobretudo, devido ao governo do Estado ter deixado de fora projetos importantes, como o de mobilidade urbana. Questionado pela eleitora Genilda Gomes dos Santos sobre seu projeto para mitigar os efeitos negativos com o mundial, ele aproveitou para tecer críticas às obras em curso, leia-se a Arena Fonte Nova.

Já Mário disse que iria rever tanto o Plano Diretor como a Lei de Ordenamento de Uso do Solo. Ele considerou ser uma vergonha a tentativa de reenviar projeto tratando sobre as duas matérias no final da gestão João Henrique, além de tecer críticas à tentativa de licitar agora a coleta do lixo. Já o analista judiciário Jaime Barreiros apertou Pelegrino sobre o excesso de partidos que fazem parte de sua chapa, ao relacionar às constantes mudanças partidárias que aconteceram na gestão JH.

O petista disse que comandará o governo e a cidade, “coisa que, infelizmente, não acontece hoje”. O advogado Edgard Freitas Neto quis saber de Da Luz o que se extrairia de positivo da gestão João Henrique. No terceiro bloco do debate, quando os candidatos voltaram a perguntar entre si, as dobradinhas do primeiro bloco voltaram a se repetir. Marinho e Pelegrino, duas vezes, e Mário e ACM Neto trocaram assuntos.

Com esse tom amigável, o debate manteve o clima morno e sem os ataques diretos entre os dois líderes das pesquisas, Pelegrino e ACM Neto. No bate-bola, as perguntas pareciam combinadas e pouco reproduziram os acirramentos que começam a aparecer no horário eleitoral nesta reta final da campanha.

O clima ficou tenso quando os candidatos do PT e do DEM solicitaram pedidos de respostas para acusações entre si, ambos negados pela comissão jurídica escolhida pela emissora organizadora do debate. Outro momento de tensão foi a provocação de que o PMDB teria sido responsável por parte da administração João Henrique, feita por Da Luz. Kertész partiu em defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima e minimizou a relação entre o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica e o atual prefeito.

* Matéria de Osvaldo Lyra e Fernando Duarte publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 03 de outubro de 2012

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