Doações de campanha somam R$ 10 mi em Salvador
Restando pouco mais de 20 dias para o 1º turno das eleições 2012, as campanhas dos candidatos a prefeito de Salvador ultrapassam a marca dos R$ 10,6 milhões em dois meses de corpo a corpo oficial com os eleitores – a campanha começou no dia 05 de julho. Os detalhes das receitas e despesas dos prefeituráveis da capital baiana estão disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde o último dia 06 de setembro e podem ser visualizados pela internet. As informações disponibilizadas para consulta atendem ao artigo 60 da resolução 23.376/2012, do TSE, e à Lei 9.504/97, que determinam a obrigatoriedade da prestação de contas dos candidatos a prefeito e a vereador que participam do pleito em 07 de outubro.
O candidato ACM Neto (DEM) é responsável por 49,6% dessa arrecadação e lidera também as despesas, com R$ 4.592.693,61, sendo que os maiores doadores da campanha são os diretórios estadual e nacional do Democratas, um total de R$ 4,5 milhões arrecadados dessa fonte. O candidato recebeu ainda a maior doação individual de pessoa física, R$ 150 mil do próprio pai, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães Junior. Apesar de ser quem mais arrecadou para a campanha, ACM Neto é um dos que menos obteve recursos provenientes do setor da construção civil – apenas R$ 100 mil -, setor que lidera entre os doadores das candidaturas, com contribuições vultosas entre os demais postulantes ao Palácio Thomé de Souza, especialmente para Nelson Pelegrino (PT) e Mário Kertész (PMDB).
Segundo colocado também nas pesquisas, Pelegrino arrecadou R$ 2,7 milhões nos primeiros 60 dias de campanha, cerca de R$ 2 milhões vindos de empresas ligadas ao setor da construção civil – mais da metade desse recurso originado na Construtora OAS LTDA. O petista recebeu ainda recursos da direção nacional da legenda, R$ 712 mil, que completaram o valor declarado pela campanha até o momento. No campo das despesas, Pelegrino manteve equilíbrio nas contas, com gastos de R$ 2,4 milhões de reais até a segunda parcial divulgada pelo TSE.
Outro beneficiado com doações de empresas do ramo da construção civil foi o peemedebista Mário Kertész: do R$ 1,7 milhão arrecadado para a campanha do radialista, R$ 850 mil foram provenientes do setor. O radialista é o único que apresenta déficit nas contas, cerca de R$ 1,4 milhão de despesas além do total de doações captadas para a chapa majoritária. Ainda assim, Kertész fica na liderança quando as doações são provenientes de pessoas físicas. O peemedebista obteve R$ 251 mil nessa modalidade de doação, frente aos R$ 220 mil arrecadados por ACM Neto, segundo colocado nessa modalidade, vindos de pessoas físicas.
As doações para o candidato Márcio Marinho (PRB) se concentraram em instâncias da própria legenda. No total, a campanha do prefeiturável arrecadou R$ 852 mil, R$ 850 mil com origem no comitê financeiro municipal único e na direção municipal do PRB. As despesas do candidato do PRB somam R$ 679 mil. Hamilton Assis (PSOL) teve apenas duas doações, vindas de pessoas físicas, que totalizaram R$ 5.350, menos de 1% do total de ACM Neto, maior arrecadador entre os candidatos. Na conta das despesas, Assis é também o que menos gastou, os mesmos R$ 54 divulgados no TSE na primeira parcial, na primeira semana de agosto. Rogério Da Luz (PRTB) foi o único candidato a não apresentar relatórios financeiros da campanha eleitoral. No sistema do Tribunal, o candidato não possui qualquer registro de receitas ou despesas nos primeiros 60 dias de campanha.
* Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 11 de setembro de 2012