Geddel admite apoiar o PT no 2º turno

Adversário contumaz do governo da Bahia, o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica, Geddel Vieira Lima (PMDB), afirmou que não descarta a aproximação com o PT caso o candidato do PMDB na capital baiana, Mário Kértesz, não avance para a segunda etapa da eleição. “Estamos lutando e acreditando na ida do nosso candidato para o segundo turno, mas, caso isso não aconteça, como gostam de especulação, o partido não vai ficar em cima do muro”, relatou à Tribuna.

A fala de Geddel pontua que, entre as aproximações possíveis, está o apoio ao petista Nelson Pelegrino, ainda que prefira ser parcimonioso sobre essa decisão. “Vamos ter posição, a depender do andamento das eleições. Quando chegar o segundo turno, vamos conversar com os candidatos que estiverem lá e escolher o que é melhor para a cidade”, assegurou o peemedebista, que frisa também trabalhar com a hipótese de se aproximar de ACM Neto (DEM).

Apesar desse posicionamento, movimentos da campanha de Kértesz mostram que um acordo com Pelegrino é mais tácito do que uma declaração de apoio ao democrata. Tanto nos debates televisivos quanto na propaganda eleitoral, o candidato do PMDB escolheu ACM Neto como alvo a ser batido e não aparenta estar predisposto a alterar a postura num eventual segundo turno – em alguns momentos, as ações de PMDB e PT parecem orquestradas contra o adversário comum.

O próprio Geddel, diante do naufrágio da união das oposições, também imputou ao democrata essa responsabilidade. Juntando os pontos, a afirmação dele sugere que o PMDB mantém distância do DEM, situação inversamente proporcional à relação com o PT. Ainda assim, o peemedebista prefere não escolher um lado antes do resultado das urnas no dia 7 de outubro e classifica perguntas sobre o assunto como “especulação”. “Não há impedimento nacional ou estadual. O PMDB não tem limitação nenhuma e pode conversar com qualquer candidato que chegar ao segundo turno. É para isso que serve uma eleição em dois turnos”, comentou.

Para o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, essa aproximação entre os partidos num eventual segundo turno será um processo natural, atendendo à expectativa de nacionalização da campanha soteropolitana. “Não existe conversa com o PMDB, mas a eleição de Salvador é estratégica nacionalmente. O adversário é líder da oposição. A lógica é a aproximação da base federal contra o líder da oposição”, sinalizou o petista.

Outro integrante do clã e presidente estadual do partido, Lúcio Vieira Lima, também adota a postura de não falar em segundo turno sem o candidato do PMDB. “No 1º turno, apoiamos quem achamos melhor e temos a certeza que é Mário Kertész. No segundo turno sem Mário, escolhemos o menos pior”, minimiza o peemedebista. Com os posicionamentos dos irmãos Vieira Lima, é certo que o apoio do PMDB ao PT no segundo turno não vai ser digerido facilmente.

* Publicado originalmente na Tribuna da Bahia em 29 de agosto de 2012

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