Horário eleitoral vira “campeonato político”

Utilizado ironicamente pelo professor Wilson Gomes, o termo “campeonato político” tomou ar de seriedade, na opinião do pesquisador em comunicação e política. Com jogadores de base em campo, durante a propaganda eleitoral gratuita dos vereadores veiculada ontem no rádio e na televisão, o eleitor acompanhou a apresentação de times e de soluções táticas para trazer Salvador para a divisão de cidades mais bem estruturadas do país. Destaques entre os postulantes à Câmara de Vereadores, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva apareceu como treinador dos sonhos, que leva o campeonato mesmo fora dele.

“Acho que estão envergonhados da palavra coligação. Agora é time de Lula, time do PSB, time do PPS”, provocou Gomes pelo twitter. Nesse cenário de disputas, cada candidato vai colocar em campo as melhores expectativas e os melhores jogadores para chegar ao Palácio Thomé de Souza. E quem sai na frente com a ideia é Nelson Pelegrino (PT), que fala de “time do PT” desde a onda vermelha ampliou os domínios do partido em diversos lugares do Brasil e foi confirmada nas urnas na última eleição, com o êxito da chapa majoritária apoiada pela sigla.

“Sem dúvida, com a participação de Lula, Dilma e Wagner, todos grandes líderes, vamos apresentar para a população o nosso projeto de mudança. O PT, que foi derrotado no segundo turno em 2008, vem com força para mudar Salvador e a atual gestão. Implementar o projeto liderado por Dilma, Lula e Wagner na capital baiana”, assegurou o presidente da sigla no estado, Jonas Paulo. Segundo o dirigente, a estratégia de trazer Lula para a campanha eleitoral deve ser repetida também em outras cidades da Bahia, como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna e Teixeira de Freitas, em que o ex-presidente posou para fotos com os candidatos.

Correndo por fora – em terceiro lugar na única pesquisa divulgada até ontem -, Mário Kertész (PMDB) acredita estar preparado para os 38 dias de propaganda eleitoral no rádio e na televisão. De acordo com o peemedebista, apesar da condição de jogador sênior, ele está melhor que o time que torce, o Bahia. “Meu time é formado pelas pessoas que acreditam que Salvador tem jeito e que vão atuar comigo rodada a rodada. Sou um sênior em plena forma e jogador experiente tem papel fundamental e decisivo em qualquer campeonato, viu?”, sugeriu Kertész. “Estou animado para ver o trabalho ser apresentado à população e essa ‘segunda etapa’ da campanha é a que vale realmente, a que dá à cidade um clima de eleição”, arvora-se.

Eventual zebra, copiando o jargão do futebol, Márcio Marinho (PRB) aposta na aproximação com a população para chegar ao segundo turno. “Estamos tranquilos porque não precisamos inventar promessas mirabolantes para conquistar o voto do eleitor. Nossas propostas são simples e viáveis. O povo pede que o prefeito arrume a cidade e trate bem a população. E isso eu sei fazer”, garante o candidato. Quanto ao comportamento dos adversários, Marinho prefere ser cauteloso. “O eleitor não gosta de jogadas baixas na política. Se o candidato comete faltas na campanha o que ele fará quando for eleito?”, questiona.

Aparecendo à frente dos principais adversários na pesquisa divulgada, ACM Neto (DEM) opta por não comentar sobre a “gordura” dos pontos percentuais que apresentou em relação aos adversários. De acordo com o marqueteiro do democrata, Pascoal Gomes, “ACM Neto está no time do povo”. “A torcida não anda muito satisfeita com essa história de time disso, time daquilo. Ultimamente o povo tem levado muita bola nas costas”, metaforiza.

* Matéria de Fernando Duarte publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 22 de agosto de 2012

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