Alienígenas estão cada vez mais perto…
Vista panorâmica da Universidade de Idaho
A programação inicial era escrever um post diariamente, mas retornar ao ambiente acadêmico depois de mais de um ano sem saber o que era entrar numa sala na função de aluno, foi preciso um tempo de adaptação. Não sei se posso afirmar estar completamente à vontade, até porque estou sendo tratado como um estudante de graduação que está tentando uma vaga numa universidade americana – e, definitivamente, esse não é o meu caso agora.
A rotina de estudo do American Language and Culture Program é menor do que a prevista. As aulas começam diariamente às 09:30h e terminam 16:20h nas segundas, quartas e sextas e 15:15h nas terças e quintas. A estrutura das cinco disciplinas em que estou matriculado foi apresentada no primeiro dia de aula e as professoras – todas mulheres – fazem questão de frisar que estarão atentas à cópias. Provavelmente seja comum entre os universitários aqui. Todas – com exceção de uma professora, não tão organizada – entregaram o que no Brasil chamaríamos de programa de aula – nele constam as penalidades por plágio, mais uma vez. Vejam as disciplinas e as descrições delas:
– Reading composition: aprender a ler e a escrever trabalhos acadêmicos, redações, sumários, etc.;
– Listening speaking: aprender a ouvir e a falar inglês corretamente;
– Academic Skills: ensinar a escrever papers e formular trabalhos acadêmicos para universidades americanas;
– Advanced Listening: sugestão da equipe de coordenação do programa, após relatar dificuldade para entender o inglês falado;
– Advanced Grammar: horário disponível que aproveitei para reforçar os conhecimentos de gramática.
No primeiro dia, após uma redação pedindo que você indicasse o que faria se tivesse um ano livre de ocupações, um teste que incluía listening e grammar da Universidade de Michigan e uma entrevista com duas professoras do programa, fui classificado como level 5, o mais avançado disponível para novos alunos. Depois dele, caso ficasse na universidade, teria o level 6, que tem exatamente o mesmo conteúdo do 5 com mais exercícios de casa e uma maior cobrança. Todos os alunos recebe um livro de mão com algumas instruções – inclusive sobre plágio – e a melhor parte dele é a seção “Como fazer amigos americanos”, que tentarei descrever mais pra frente.
Já ambientado com o programa e com a rotina – bem puxada em exercícios para casa – é chegada a hora de descrever os colegas de classe, que para fazer amizade não existe um manual como no caso dos americanos. Por se tratar de um programa para estudantes estrangeiros, o contato com alunos dos EUA ao longo do curso é mais reduzido do que eu gostaria e há alguns percentuais bem interessantes. Primeiro, sou o único brasileiro, o que é bem raro, já que estamos espalhados por todo o mundo. Segundo é a grande quantidade de algumas nacionalidades específicas. Quase 60% dos alunos nas minhas turmas são chineses – incluindo Taiwan. Outros 15% são da Coréia do Sul e o restante são de países árabes: Arábia Saudita e Líbia – por falar nisso, quem nasce na Líbia é chamado como?. Há ainda três latinos, dois equatorianos e um guatemalteco. Na maioria do tempo eles tentam ser simpáticos, até porquê estão há mais tempo que eu no programa, com exceção de duas simpáticas sul-coreanas, minhas companhias durantes as refeições – todas na universidade.
É interessante a diversidade de culturas e de costumes no dia-a-dia. Os chineses, homens ou mulheres (ou até meio termos entre) tentam ser fashion o tempo inteiro, com roupas cheias de estilo e chamativas. Os sul-coreanos são bem tranquilos, mais calmos e mais reservados no modo de se vestir que os chineses. Talvez seja uma boa maneira de diferir entre os dois povos asiáticos que tem a mesma cara. O mais engraçado, entretanto, desses diferenças culturais aconteceu no percurso entre um prédio e outro pras aulas – acontece isso nos EUA também caros críticos ferrenhos da UFBA. Chegava a um dos prédios e ouvi o som de I wanna hold your hand dos Beatles e, em companhia das sul-coreanas, perguntei se uma delas conhecia essa música. Ela prontamente respondeu: “Nunca ouvi falar dessa banda. Eles tocam o quê?”. Se você acha que os alienígenas demorariam a chegar, cuidado. Eles estão mais perto do que imaginávamos. Vem da Ásia e nunca ouviram falar dos Beatles. Ou então falam mandarim e se vestem como loucos…
Em tempo, espero, sinceramente, que meu inglês falado não se pareça com os dos meus colegas de classe. Com exceção de alguns poucos, eles lembram minha turma de Elementary II ou Intermediate I da Acbeu, esforçados, mas com grande dificuldade de pronunciar o idioma de tio Sam.
Mano…. “Xinokas” não conhecem Beatles!!!!….e olha que Lennon falou que seriam mais conhecido do que Jesus Cristo.. Bem, como é(era) um país socialista…Jesus Cristo devem ser quase tão conhecido quanto Engenheiros Hawaii, ou Humberto Gessinger..rs
Mas ela era sul-coreana rsrsrs