Não sabemos contar – a tragédia anunciada das chuvas

Sabe qual o saldo das chuvas de ontem? Não há. Para a prefeitura, oficialmente, até a noite de ontem, eram 10 mortos. Para a imprensa, o número chegou a 14, porém o número já foi ampliado para 16 agora pela manhã, com a morte do jovem Roberto, resgatado com vida no Barro Branco e que não resistiu aos ferimentos, e de outro corpo, localizado há alguns minutos. A Avenida San Martin foi manchada pelo sangue das vítimas. Outra vez, mais de 20 anos após uma outra tragédia. Os óbitos ainda podem – e devem – subir. E não apenas naquela localidade. No Novo Marotinho, mais mortes. Sete, em uma das contabilidades já finalizadas. E, infelizmente, não dá para apresentar culpados com seus nomes. De 1996 para cá, quando se tem recordação de outra grande tragédia no Barro Branco, passaram prefeitos como Lídice da Mata, Antonio Imbassahy, João Henrique e, agora, ACM Neto. Cabe a eles a pecha de assassinos? Não. Não apenas a eles. Afinal, todas as autoridades, dos vereadores ao presidente da República têm responsabilidades com tragédias anunciadas como a de ontem. Se não podemos indicar quem são culpados, os mortos têm nome, sobrenome e tinham uma moradia fixa. Não sabemos contar. O Estado não sabe contar. Não há quem saiba completamente. Apenas as famílias que perderam seus entes. E para elas nunca mais haverá um saldo. Apenas a dor do adeus.

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