Aleluia rebate Aladilce: “Político sério devia estar preocupado com a segurança das pessoas”
Nem bem foram lançadas as audiências para discutir a implantação da Linha Viva e as polêmicas começaram a pipocar no ambiente político soteropolitano. Nesta quinta-feira (12), o secretário de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, não poupou ao rebater as críticas da vereadora Aladilce Souza (PCdoB), que disse que o projeto ligando o Acesso Norte ao Aeroporto numa via paralela à Avenida Luís Viana Filho (Paralela) vai acabar com o bairro de Saramandaia.
“O político sério devia estar preocupado com a segurança das pessoas, não apenas a ficar contra porque o governo é contra”, reclamou Aleluia em entrevista à rádio Tudo FM (102,5). A discussão sobre o projeto da Linha Viva e os questionamentos de Aladilce não são novos. Ambos acontecem desde a apresentação da via alternativa e privatizada pelo então prefeito João Henrique.
Segundo o secretário, no entanto, essa é uma intervenção necessária e o custo de R$ 1,5 bilhão não será dos cofres públicos. “O custo será da iniciativa privada”, garantiu Aleluia. A previsão é que a avenida, com cerca de 17 km, conte com 10 praças de pedágio, com custo estimado de R$ 7 para todo o trajeto.
Bole Bole
Afora as críticas com a criação de uma via pedagiada dentro do perímetro urbano da capital baiana, um dos pontos de divergência da Linha Viva é o futuro do bairro de Saramandaia – que na ficção lutou para adotar o nome na novela de Dias Gomes, ao invés de Bole Bole. “É uma linha que vai privilegiar condomínios e interesses de alto empresariado, que vai fazer desaparecer o bairro de Saramandaia, sem nenhuma preocupação com as famílias que moram lá há muito tempo”, criticou a vereadora Aladilce, em nota divulgada na Tribuna da Bahia.
Aleluia classificou a informação de que o bairro vai acabar como “inteiramente falsa”. “Você vai fazer uma faixa de servidão, embaixo da linha de transmissão. Não vamos acabar com bairro nenhum. Nós vamos apenas relocar as pessoas que estão embaixo da linha de transmissão, as pessoas que estão em situação de perigo”, apontou o secretário. E ainda alfinetou a adversária política: “Os políticos precisam concordar quando o adversário faz algo certo. Não se faz oposição por oposição. Não vai acabar o bairro de Saramandaia, nós vamos melhorar”.