Fusão entre PPS e PMN subiu no telhado: MD deve naufragar
Como partidos mais conservadores, PPS e PMN participam do debate sobre o estatuto do nascituro. A fusão entre as siglas caminha então para ser incluída no rol das propostas abortadas antes mesmo da concretização do Mobilização Democrática (MD), celebrada em abril e até o momento não registrada no Tribunal Superior Eleitoral. Segundo informações de bastidores, a criação da nova legenda “subiu no telhado” por causa da falta de entendimento entre os dirigentes do PMN com o PPS.
“A principal dificuldade foi para comportar o controle da direção estadual do MD em Minas Gerais com o PMN. A secretária nacional, Telma Ribeiro, exigiu o controle e a direção do PPS não cedeu”, relatou uma fonte em reservado. A justificativa oficial, todavia, foi a opção do PPS em aguardar o posicionamento da Justiça Eleitoral sobre o tempo de televisão, o acesso ao fundo partidário e a janela de filiação. A situação é delicada ao ponto do diretório nacional do PMN convocar uma convenção nacional para reavaliar o processo de fusão, aprovado anteriormente por ambos os partidos.
De acordo com detalhes que circulam nos corredores, a perda de espaço do PMN nos diretórios estaduais foi o maior complicador para que o entendimento seja totalmente concretizado. As lideranças apontadas como integrantes do futuro partido evitam falar abertamente sobre o assunto.
Plano era estar entre os grandes
Fruto da união entre dois partidos pequenos, PPS e PMN, o MD tinha pretensões de estar entre as maiores forças da oposição no Brasil e na Bahia. Segundo as perspectivas otimistas, ainda durante o namoro entre as legendas, do vereador de Salvador Joceval Rodrigues (PPS), que faria parte da Executiva nacional da nova sigla, havia a intenção de tornar o MD a maior bancada na Câmara da capital baiana e mais representativa da oposição na Assembleia Legislativa. “Fizemos um levantamento prévio e são mais de 300 vereadores em toda a Bahia que devem fazer parte do MD”, sugeriu Rodrigues.
O número, apesar de animador, não deve sair do plano das ideias. A liderança do PPS, entretanto, não fala sobre o assunto. “Não está definido que não haverá o registro. O presidente Roberto Freire planeja fazer o registro no começo de agosto para que no mês de setembro, prazo máximo para janela de filiação, os políticos possam se filiar”, apontou o vereador soteropolitano.
Entre os nomes cotados para fazer parte do MD no plano estadual estariam os recém-liberados pela Justiça Eleitoral para se desfiliarem dos partidos, deputados estaduais Bruno Reis e Sandro Régis, além de Elmar Nascimento, que aguarda julgamento do seu pedido de afastamento do PR. Reis, inclusive, era considerado o principal nome para presidir a sigla na Bahia. Dos deputados federais, Maurício Trindade (PR), Jânio Natal (PRP) e Sérgio Brito (PSD) chegaram a cogitar também a migração e devem recuar.
* Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 11 de julho de 2013