Registro do partido MD depende de decisão sobre o tempo de uso da TV
Com a tramitação do projeto de lei que versa sobre a criação de novos partidos suspensa por meio de liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o partido Mobilização Democrática (MD), fruto da fusão entre PPS e PMN, ainda não teve seu registro homologado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A perspectiva, entretanto, é que o trâmite burocrático seja finalizado esta semana, de acordo com o membro do diretório nacional do futuro partido, vereador Joceval Rodrigues. “Todos os processos burocráticos já foram finalizados, falta apenas a homologação, que deve acontecer a partir da quarta-feira”, aponta Rodrigues.
Segundo ele, a proposta é aguardar uma posição definitiva sobre a questão do tempo de TV para novos partidos, que deve ser julgada pelo plenário do STF até amanhã. “É uma questão de portabilidade do tempo de TV. Não deve haver dois pesos e duas medidas, então acredito que a situação será a mesma da criação do PSD. Com a homologação, em três dias a janela de migração ficará aberta”, afirma o vereador – a partir da publicação no TSE, os detentores de mandato teriam 30 dias para trocar de partido sem penalizações.
O deputado Bruno Reis (PRP), que é apontado nos bastidores como nome de consenso pelos pré-integrantes da sigla na Bahia, sinaliza que a decisão sobre a liminar do ministro do STF é o que tem adiado o encaminhamento dos documentos à Justiça Eleitoral. “A liminar que suspendeu a tramitação no Senado até tem nos auxiliado, porque ganhamos tempo para conversar com políticos de todos os lugares”, indica Reis.
Ainda que não tenha sido confirmado como dirigente, o parlamentar sugere que o MD nasce com musculatura robusta e que, possivelmente, deve ser uma das maiores legendas da oposição ao governo do estado. “Temos confirmados um deputado federal e cinco estaduais, porém esse número pode aumentar. Durante a semana recebi prefeitos de três cidades importantes da Bahia que gostariam de integrar o partido”, relata Reis. Ele, entretanto, não cita nenhum nome além dos conhecidos, os deputados estaduais Sandro Régis (PR), Elmar Nascimento (PR), Targino Machado (PSC), e o deputado federal Maurício Trindade (PR).
Nos corredores, entretanto, o nome do deputado estadual Wando (PSC) também aparece como passível de mudar de casa. Reis vislumbra que o quadro de políticos filiados ao MD deve crescer. “Nossa perspectiva é ter dois deputados federais da Bahia, uma bancada com seis deputados na Assembleia, vinte prefeitos e cerca de 600 vereadores em todo o estado, sendo a maior bancada da Câmara de Salvador, com sete vereadores”, comenta. Questionado sobre nomes, entretanto, o parlamentar evade-se. “Não posso falar nomes ainda”, completa.
*Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 11 de junho de 2013