Paulo Câmara aponta tendência de reprovação de contas de JH
Entre os assuntos polêmicos que aguardam votação da Câmara Municipal de Salvador, as contas do prefeito João Henrique do exercício 2010 são o tema mais espinhoso para os vereadores da atual legislatura – os demais projetos, encaminhados pelos edis, não possuem o mesmo quilate para acirrar os ânimos. Previsto para discussão no colégio de líderes ainda esta semana, as contas têm prazo definido para serem apreciadas, conforme antecipou o presidente do legislativo na semana passada, Paulo Câmara (PSDB), e agora confirmado com veemência.
“Acho que há um desejo para que essas contas sejam votadas de imediato. Na semana passada houve uma reunião de líderes e muitos vereadores novos que acompanharam pela imprensa solicitaram que houvesse um prazo para que eles pudessem estudar o que aconteceu na gestão passada e proferir o seu voto. Foi dado um prazo de 30 dias para isso”, sugeriu Câmara em entrevista à rádio CBN. Para o tucano, não existe lobby para adiar o debate, conforme especulações que circularam na imprensa durante o final de semana. “Nós vamos sentar no início de abril para definir esse voto”, previu o dirigente do legislativo soteropolitano.
Membro da última legislatura, Câmara foi um dos vereadores a se posicionar contra a aprovação das contas de 2009, votadas em dezembro do ano passado e rejeitadas pelos vereadores – a base de apoio a João Henrique não consolidou a maioria qualificada exigida para contrariar o indicativo do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Durante a entrevista, o presidente do legislativo frisou não ter o poder de influenciar votos, mas apontou a tendência de reprovação das contas. “Eu acho que contra fatos não há argumentos. Qualquer pessoa que ler o relatório do Tribunal de Contas dos Municípios vai ver que tem alguma coisa errada, são coisas primárias que devem ser observadas. Não é uma coisa só de 2009. Não é perseguição, mas ter as contas de 2009, 2010, 2011 e 2012 rejeitadas é porque tem alguma coisa errada”, justificou.
As contas de 2011, também rejeitadas pelo TCM, entretanto, ainda não desembarcaram na Câmara de Salvador. Como indicado por Paulo Câmara, porém, a situação de rejeição pelo tribunal corrobora que os vereadores devem constatar problemas similares nos documentos referentes ao exercício, como também as de 2012, que sequer foram analisadas pelo TCM – a previsão é de que aconteça até o final do ano.
*Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 05 de março de 2013