Obras e projetos se tornam capital para 2014

No jogo político, negar uma pré-candidatura com pretensões futuras faz parte do processo para consolidação da candidatura. Assim como negar que projetos e obras em execução ou executadas possuem pretensões também. São amparados nesses preceitos que os apontados como principais nomes na sucessão do governador Jaques Wagner dentro do PT buscam capitalizar-se eleitoralmente, mesmo que o uso não seja abertamente admitido. O rol de negativas ganhou recentemente a fala do secretário de Planejamento, José Sérgio Gabrielli, comentando sobre o virtual uso do projeto da ponte Salvador – Itaparica como capital eleitoral em 2014.

Ele, porém, não é o único a apresentar programas para a Bahia com olhos no futuro das urnas.
O secretário chefe da Casa Civil, Rui Costa, também saiu da rotina de apresentações das ações do governo contra a seca no semiárido e trouxe a público a licitação para a construção do complexo de viadutos do Imbuí e vias marginais da Avenida Paralela. A obra, apesar de conduzida pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano, foi apresentada pela Casa Civil como uma das soluções planejadas pelo governo da Bahia para melhorar a mobilidade urbana em Salvador. O prazo para a execução das obras é de dez meses, a contar da ordem de serviço, planejada para os próximos dois meses.

Em resumo, ainda que Rui Costa adote a negação, a inauguração acontece antes da eleição em 2014. Ou seja, capital eleitoral para creditar ao titular da Casa Civil. Ele ainda deve angariar os louros da finalização da linha 1 do metrô e da construção da linha 2, na avenida Paralela – caso seja firmado o acordo com a prefeitura.

Diferente do complexo de intervenções viárias na região do Imbuí, o trunfo da ponte Salvador – Itaparica não deve ser finalizado no próximo ano. Porém, o pontapé inicial para a construção acontece no primeiro trimestre do ano que vem, pontos para a conta de José Sérgio Gabrielli. “Acho que não pode ser uma questão eleitoreira. Seria uma irresponsabilidade, até porque é um projeto. Não vai ter inauguração da ponte”, minimizou o titular do Planejamento. Segundo Gabrielli, as chances de um projeto ser capitalizado eleitoralmente são pequenas, frente a obras entregues à população.

Distante, em Brasília, a briga de outro petista com cargo para se capitalizar para 2014 passa por uma disputa que vai beneficiar as prefeituras do interior – e também o estado. O senador Walter Pinheiro fica com a responsabilidade de articular a votação de alterações dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). Por enquanto, a liderança do governo no Congresso circula apenas como especulação, porém, ainda que não emplaque o posto, Pinheiro deve buscar capitalizar eleitoralmente tais mudanças. Nessa corrida, porém, o senador é quem obteve o resultado mais significativo nas urnas – em 2010 recebeu mais de 3,6 milhões de votos para o Senado.

*Publicado originalmente na Tribuna da Bahia de 04 de março de 2013

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