Processo afunila e presidência da Câmara segue indefinida
Restam apenas 12 dias para a escolha do futuro presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, porém as bancadas de governo e oposição seguem sem chegar a um consenso sobre o nome mais viável para dirigir os pares a partir de 02 de janeiro. Do lado de ACM Neto, a indefinição do PTN, com Carlos Muniz, Geraldo Jr. e Alan Castro candidatos, abre espaço para a articulação de Paulo Câmara (PSDB), que ganha espaço e mantém sua articulação ancorado na perspectiva de aproximar a mesa diretora dos demais vereadores e também da sociedade. Na oposição, apenas Henrique Carballal (PT) busca viabilidade dentro da bancada.
“Estou trabalhando para conseguir votos”, resume Câmara, quando questionado sobre a situação atual da sua candidatura à sucessão de Pedro Godinho (PMDB). Apesar de não admitir, o tucano sinaliza que a falta de uma definição entre os companheiros de bancada é o que impede a formação de uma candidatura de consenso, como o futuro prefeito aponta ter preferência. E os membros do PTN, maior partido da base aliada de Neto, apresentam discursos diferentes para a falta desse entendimento.
Enquanto Carlos Muniz sugere o dia 27 como prazo final para a escolha, Geraldo Jr. e Alan Castro apostam numa decisão até o final da semana – o primeiro defende que o nome seja escolhido amanhã. Nos bastidores, entretanto, comenta-se a possibilidade de realização de uma prévia no próximo sábado, quando acontece um segundo encontro dos vereadores com o futuro prefeito do DEM. Muniz e Geraldo Jr. despontam como tendo capitalizado mais apoios, porém Castro é citado como o candidato do PTN com trânsito mais ameno com os vereadores de oposição, posição desejável para o futuro presidente.
Ainda assim, dentro da bancada oposicionista, o nome comentado como menos traumático para uma virtual composição, no caso da falta de acordo por um nome entre eles, é o de Paulo Câmara. Esse flerte com o tucano é fruto da baixa aceitação do único nome posto como candidato oficial, do petista Carballal. Ganhando fôlego com a falta de um acordo entre os vereadores da base de ACM Neto, a oposição também tenta chegar num nome de consenso para tentar pleitear a presidência do Legislativo. A principal dificuldade, de acordo com representantes da bancada, é aceitar Carballal como candidato consensual, posto que, dentro do próprio PT, o vereador enfrenta resistência.
*Publicado originalmente na Tribuna da Bahia de 20 de dezembro