Campo Formoso segue sem definição sobre próximo prefeito

Vencedor nas urnas com 53% dos votos, o deputado federal Adolfo Menezes (PSD) segue com o destino como prefeito eleito de Campo Formoso indefinido após o juiz Cássio Miranda pedir vista do processo na sessão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA) dessa terça-feia (19/12). O parlamentar é acusado de abuso de poder econômico durante o pleito municipal e, caso tenha o registro de candidatura cassado, uma nova eleição terá que ser convocada para a cidade já que a maioria dos votos seria considerada nula.

Campo Formoso é conhecido pelo embate entre os grupos políticos de Menezes e do deputado estadual Elmar Nascimento (PR). Com a ausência de decisão em segunda instância, Adolfo Menezes deve ser diplomado hoje, às 9h, porém a sua posse ainda não está definida, de acordo com o próprio deputado.

Em entrevista à rádio Tudo FM, o deputado admitiu que avalia a hipótese de não tomar posse como prefeito e manter o mandato parlamentar até 2014. “Tudo depende da decisão da Justiça. Tenho até o dia 1º de janeiro para decidir”, apontou o deputado antes do pedido de revisão do juiz – procurado após a sessão do TRE-BA, Menezes não foi localizado para antecipar o rumo político dele.

O argumento da Procuradoria Regional Eleitoral é baseado em denúncia da existência de um contrato entre o prefeito eleito e a rádio Nuporanga FM no valor de R$ 1.700 com direito a duas entrevistas mensais e inserções de 30 segundos na programação, com intuito de divulgação das atividades do mandato. Segundo Menezes, todas as participações dele na emissora aconteceram antes do período vedado pela legislação eleitoral. Para arregimentar sua defesa, inclusive, o deputado sugere que o deputado Elmar Nascimento também usa o mesmo artifício para divulgar atividades do mandato, o que corrobora com o argumento de que é uma prática usual nas cidades do interior.

O relator do processo, Saulo Casali, já votou pela cassação do registro de candidatura de Menezes. Os votos pronunciados indicam um empate e a desembargadora Maria do Socorro Santiago Barreto, empossada depois do início desse julgamento, foi impedida de participar da votação por não ter participado dessa primeira fase.

O juiz que analisou o caso em primeira instância, Roberto Santos, havia mantido a candidatura e afirmou que a conduta do contrato de prestação de serviços com a rádio não influenciou na eleição. Nos bastidores, entretanto, há um forte rumor de que o parlamentar deve abrir mão da prefeitura e permanecer na Assembleia.

*Publicado originalmente na Tribuna da Bahia de 19 de dezembro de 2012

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