PT cresce 30% e conquista 92 prefeituras

Desbancando o PMDB do posto de maior partido em número de prefeituras na Bahia, o PT saiu fortalecido das eleições 2012 como a grande força política do interior do estado, conquistando 92 prefeituras frente às 67 de quatro anos atrás. E o detalhe: o número pode crescer, caso o partido consiga vitórias em Salvador e Vitória da Conquista, onde disputa o segundo turno. “Nosso desempenho foi o melhor do PT em todo o Brasil. Temos um percentual de 20% das prefeituras comandadas pelo PT, maior que Minas Gerais, por exemplo, em que o número de prefeituras é maior que a Bahia”, celebra o presidente estadual da legenda, Jonas Paulo.

Segundo o dirigente, o número de prefeituras conquistadas nas maiores cidades da Bahia também é expressivo, inclusive como integrante de chapas majoritárias sem estar à frente da campanha. “Todos acusam o PT de não ser bom aliado, mas o nosso apoio a partidos da base foi decisivo em cidades como Jequié, Juazeiro e Barreiras”, cita Jonas. Na cidade da região oeste, o presidente da sigla elenca que o apoio do PT foi condição prioritária para que o candidato eleito, Antonio Henrique (PP), saísse vitorioso. “Ele esteve comigo e disse que só sairia candidato com o apoio do PT. Levei a situação ao governador e nós saímos como vice dele”, explica o petista.

Paulo, entretanto, reconhece que algumas cidades em que esperava a vitória acabaram surpreendendo. “Lauro de Freitas, Senhor do Bonfim e Alagoinhas foram cidades que o partido disputou a eleição, contra partidos da base em Lauro e Alagoinhas, e perdemos”, lamenta. “Em geral, o desempenho do PT foi muito bom”, avalia.

O PP também cresceu significativamente no quadro eleitoral. Para o dirigente estadual da sigla, Mário Negromonte, os 51 prefeitos eleitos mostram a “credibilidade” alcançada pelos progressistas numa comparação com pleitos anteriores. “Temos mais autonomia e independência com relação a outros partidos. Demos segurança para as lideranças políticas que tentavam se candidatar e acabavam convencidas por lideranças do estado para apoiarem os candidatos de outras legendas”, apontou Negromonte. Ele cita ainda que, em números absolutos de votos, o PP ficou na segunda posição com 502 mil votos, atrás apenas do PT, com 720 mil votos. “A Bahia foi o estado em que o PP mais cresceu no Brasil”, completou.

Partido que terminou a eleição de 2008 com 114 prefeituras e atingiu 44 em 2012, o PMDB relativiza o resultado das urnas. “O PMDB entrou na disputa com bem menos que os 114 prefeitos de quatro anos atrás. Não houve uma retração, houve uma reconfiguração dos partidos”, apontou o presidente estadual da sigla, Lúcio Vieira Lima. “Ficamos à frente de partidos da base do governo, que tinham a máquina, e não fizemos a cooptação que os partidos fizeram com políticos do PMDB”, afirmou Viera Lima, citando cidades em que peemedebistas faziam parte da coligação vencedora. “Somos o maior partido da oposição e o quarto maior partido da Bahia”, minimizou.

PSD e PDT crescem no interior

Recém nascido, o PSD estreou nas eleições conquistando 71 prefeituras e se consolidando como a segunda força entre os partidos baianos. Ocupando o espaço do DEM e PSDB, que recrudesceram num quadro comparativo com o pleito de 2008, a sigla liderada pelo vice-governador, Otto Alencar, é um retrato do novo mapa político, com o crescimento das legendas da base aliada do governador Jaques Wagner. E ainda com a retração de partidos de oposição, incluindo o PMDB, que figura dubiamente no relacionamento com o PT nos cenários nacional e estadual.

“Quando nós fundamos o partido, começamos com 12 deputados estaduais e seis deputados federais, todos com base no interior, o que permitiu esse número. Fizemos prefeitos em vários lugares e diversas regiões da Bahia”, relatou Alencar, frisando o papel de consolidação da base de Wagner também nos municípios, além da ampla maioria na Assembleia Legislativa. “Não houve a intenção de fazer o maior partido, mas aconteceu a reafirmação do PSD como um partido forte”, destacou o vice-governador. Apesar de admitir um fortalecimento para 2014, o dirigente peessedista prefere não falar sobre o assunto ainda. “Vamos continuar com a aliança com o governador Wagner e com a presidente Dilma [Rousseff]”, assegurou.

Outra sigla a apresentar um crescimento significativo no número de prefeituras foi o PDT, que mais que quadruplicou a quantidade de prefeitos filiados ao partido. Segundo o presidente estadual da sigla, Alexandre Brust, o resultado positivo em 43 municípios gabarita a sigla para participar da eleição majoritária daqui a dois anos. “A eleição de 2014 passa por 2012. O PDT terá um papel importante, até mesmo pela consolidação da legenda no estado”, afirmou à Tribuna. “É evidente que esse crescimento é resultado do esforço conjunto entre a direção estadual e os deputados do partido. Agora estamos do tamanho do PMDB na Bahia”, completa Brust, apresentando a sigla como a quarta força dentro da base do governo estadual, atrás apenas de PT, PSD e PP.

* Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 09 de outubro de 2012

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