Pra que dentes?
Dois pilotos e mais de 726 mil visualizações depois, o Jacaré Banguela Fora do Ar prova que estreou com pé direito. Rafinha Bastos, Dilma Rousseff (Kibe Loco) e a galera do Mundo Canibal – ainda não foi publicado – foram os primeiros convidados do primeiro talk-show/ programa de auditório da internet brasileira. Rodrigo Fernandes, o Jacaré Banguela, conversou com O Foca sobre essa nova experiência e sobre a blogosfera. A entrevista é rapidinha, pode ser lida entre um cigarro e outro.
O Jacaré Banguela já tem um bom tempo de estrada e, recentemente, lançou um projeto que você mesmo batizou de “mais ousado” da história do blog. Como surgiu a ideia do talk-show/ programa de auditório para a web, algo ainda sem precedentes na blogosfera brazuca?
Era uma ideia antiga, mas eu não me sentia preparado para ter um programa, pois os vídeos que eu faço são mais atuando e dirigindo do que apresentando algo ao vivo. Gosto do estilo há tempos e vi que a maioria dos apresentadores de Talk Show são comediantes stand-up. Então comecei a me apresentar no começo de 2011 e fui aprendendo a escrever stand-up – que é bem diferente de escrever para o blog -, a interpretar melhor e ser mais espontâneo no palco. Quando comecei a gravar o piloto, estava muito a vontade fazendo aquilo, mas me assistindo, vejo que preciso melhorar algumas coisas em mim como apresentador.
Em 2011 foram mais de 44 milhões de visitas no JB, número que reflete a consolidação e profissionalização do blog. Quais foram os caminhos percorridos desde o nascimento do Jacaré até o projeto “Fora do Ar”?
Com o blog eu ganhei o respeito de vários comediantes dos quais eu sou fã, pois eles vêem que eu atualizo praticamente todos os dias e fazendo humor com coisas do cotidiano. Conhecendo e convivendo com esses comediantes, me senti capaz de arriscar no stand-up. Eles me ajudaram a ter mais confiança para poder “arriscar” em um projeto maior pra mim, como o JB Fora do Ar.
Dá pra viver de blog? [essa piada só funciona na Bahia e numa conversa – a entrevista foi concedida por e-mail]
Sim, há seis anos vivo só do blog.
Além do JB, outros blogs como o Kibe Loco, Anões em Chamas, Sedentário Hiperativo etc são dedicados ao humor. Há espaço para outros blogs ou você considera uma certa saturação?
Há espaço para tudo. Quem tem talento e força de vontade consegue o seu espaço. A saturação está na cabeça das pessoas. Não gosta de stand-up? Não assista. Não gosta de Zorra Total, não assista. Não gosta de blog de humor? Não leia. É sempre muito simples.
Você foi um dos blogueiros que defenderam Rafinha Bastos sobre o incidente com Wanessa Camargo/ CQC/ Band, publicando, inclusive, um texto fora dos padrões do JB manifestando seu posicionamento. Na sua opinião, essa onda do politicamente correto prejudica o humor?
Pra mim é como o Mister M revelando as mágicas mais comuns. Os outros mágicos tiveram que criar novas mágicas para conquistar a plateia. Querer censurar o humor só faz com que nós criemos mais piadas sobre este e outros assuntos. Tudo é munição para o humorista.
O que é mais difícil: ser o Jacaré Banguela ou o Rodrigo Fernandes?
O Rodrigo Fernandes. O Jacaré Banguela é mais conhecido que o Rodrigo Fernandes e as pessoas acham que o Rodrigo Fernandes é 100% o cara bem humorado dos vídeos. Tem dia que eu estou meio puto com algumas coisas normais do dia a dia e encontro alguém que me conhece pelo blog, aí viro o Jacaré Banguela na hora. Se é assim que me conhecem, é assim que eu me apresento.
Veja o último piloto do JB Fora do Ar, com a presidentA Dilma Rousseff, do Kibe Loco: