Últimas primeiras impressões

A primeira semana foi necessária para adaptar meus ouvidos para o inglês americano, o que não quer dizer que eu entenda tudo que eles falam. Especialmente quando eles esquecem que eu não sou um nativo e pisam no acelerador ao falar. A foto que postei da última vez foi tirada entre Moscow e Boise – capital do Estado de Idaho. No caminho, pude, mais uma vez, verificar que quando eles falam de cidade pequena, eles falam de uma cidade muito pequena. Uma dessas cidades, na beira da estrada, marcava apenas 816 habitantes e tinham quatro ou cinco construções. A maioria das pessoas vive nas fazendas e, segundo o Greg, há mais pessoas no cemitério do que nas cidades.

A sensação de tocar na neve pela primeira vez não foi tão surpreendente como imaginaria a maioria das pessoas que conheço. Parece aquela camada de gelo que fica no congelador da geladeira, bem fininha. Não parece muita coisa quando você tem as mãos cheias dela. Hoje, inclusive, tentei fazer uma outra bola de neve – maior para realizar pedidos -, mas rapidamente fiquei com as mãos dormentes e resolvi apenas tirar foto com uma escultura de gelo. Ainda não tenho as imagens de hoje, mas assim que as conseguir eu posto. Uma outra coisa bem interessante foi o lago Payette completamente congelado. Começou a degelar, mas ainda assim é impressionante o que baixas temperaturas podem fazer. Nesse local a temperatura girava em torno dos 10ºF (aproximadamente -12ºC). Os campos cobertos por um cobertor branco e os pinheiros com as pontas pintadas trazem uma sensação de paz semelhante a olhar para o mar. Na estrada, um senhor andava como se não houvesse tráfego – e quase não há – até o rio mais próximo para pescar.

Antes de Moscow, no retorno de Boise, aconteceu uma pequena parada em Lewiston, para ver as sobrinhas do Greg jogando futebol – o nosso futebol. As americanas jogam com menos de 10ºC e com as mesmas roupas que usamos para jogar no Brasil. Elas realmente são corajosas, além de estar, obviamente, acostumadas com o clima frio. Por falar nisso, além de frio, aqui é seco, com quase nenhuma umidade. Então imaginem como tenho reclamada ao respirar. Nascido e criado à beira mar, quase um peixe, essa diferença acaba com os lábios – e não se acha banha de cacau em qualquer esquina.

Sobre os americanos, tenho achado os desconhecidos mais cordiais do que nós, brasileiros, imaginamos. Apesar da distância e da frieza no cumprimento, alguns tentam ser extremamente simpáticos e até dispostos a conversar devagar para que eu possa interagir. Eu até nem me incomodo em responder que não falamos espanhol no Brasil. Essa talvez tenha sido a pergunta que mais respondi desde a minha chegada aqui.

A ida a Boise rende um post, porém ele vai ser facilmente entendido apenas por integrantes da Ordem DeMolay e da Maçonaria. O que posso adiantar é que eles realizam as Cerimônias com grande rigor, porém senti falta da emoção brasileira nas falas e naqueles que passam pela Cerimônia. Prometo escrever mais sobre isso e, caso o leitor não se sinta a vontade para ler sobre o assunto, pode pular o post. Hoje começam as aulas na Universidade de Idaho. Estou realmente empolgado com a oportunidade de estudar lá. Go, Vandals!

PS: Meu pai fica mais velho hoje. Parabéns para ele!

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Comments
One Response to “Últimas primeiras impressões”
  1. Osvaldo Lopes disse:

    Boa sorte com o início das aulas! Forte abraço.

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