Oficialmente: jornalista!
Na última terça-feira, finalmente fui considerado como jornalista para o Ministério do Trabalho. Agora consta em minha carteira um pequeno adesivo, emitido pela Delegacia Regional do Trabalho de Salvador, em que oficialmente posso ser contratado pela profissão registrada pelo Decreto nº 83.284/79: jornalista. Mas, para chegar até aquele carimbo assinado, a peregrinação foi longa e merece um pequeno manual para os futuros recém-formados.
A entrega do diploma, devidamente registrado pela Universidade, aconteceu no dia da solenidade, 07 de agosto – depois de ter solicitado à UFBA com um mês de antecedência, conforme consta nos procedimentos. Empolgado, mesmo com as missivas amigas de que era melhor ser cozinheiro, resolvi providenciar meu registro profissional, afinal estava a assinar uma revista como editor, mas não podia ser considerado jornalista responsável. Três dias depois, em 10 de agosto, procurei o Sindicado dos Jornalistas da Bahia – Sinjorba – para obter maiores informações. Marcelo, bastante solicito, me disse por telefone no dia anterior quais eram os documentos e corri para providenciar, deixando tudo OK. O que era necessário? Cópias de RG, CPF, carteira de trabalho, comprovante de residência e diploma (todos devidamente autenticados por cartório).
Saí de casa bem cedo, providenciei as cópias e as autenticações – com direito a serventuária do cartório mal-humorada, substituída por uma agradável senhorinha. Fui ao Sinjorba e acreditava sair de lá com alguma notícia interessante sobre o registro. Lembro-me bem das palavras de Marcelo: “A DRT está em greve há três meses e ouvi dizer que vão voltar. Me ligue durante a semana que terei boas notícias”. Assim o fiz, dia sim e outro também. Até que cansei. A DRT só resolveu sair da greve no final de setembro (procurei uma notícia sobre, mas nada de achar). E, quando soube da notícia, liguei empolgado para o Sinjorba. “Marcelo, agora temos uma previsão de registro?”, perguntei. “Temos uma boa relação com a Superintendente. Acho que vamos ter o registro mais rápido. Ligue na terça (05/10) que te falo alguma coisa nova”, respondeu. Baiano atípido, liguei na terça e obtive a seguinte resposta: “O rapaz foi lá tentar resolver. Ligue amanhã e aguarde”, foi a novidade. Dois dias depois, lembrei de ligar:
“Sua documentação foi entregue. Você terá que ir lá no dia 07/11”. Cerca de quinze dias depois, percebi que dia 07 era um domingo e que, por mais que acreditasse que os funcionários da SRTE – antiga DRT – quisessem terminar as pendências, eles não trabalhariam no final de semana. Ligo mais uma vez pro Sinjorba. Dessa vez, não foi Marcelo e sim uma outra pessoa. “Você deve estar enganado. Fui eu que falei que seria no dia 09/11”. Ok, estou sempre errado, é normal. Então aguardei, desde o dia 07/08 até o dia 09/11 para obter o bendito pedaço de adesivo. E, pra completar, ele não me diferencia muito de qualquer outra pessoa que queira ser jornalista. Afinal, como diria Gilmar Mendes, “para ser cozinheiro não precisa de diploma”.
Agora tenho duas opções. Me registro no sindicato e pago R$ 106 + mensalidade de R$ 20 a partir de janeiro ou apenas pago R$ 306 e obtenho minha carteira junto a Federação Nacional de Jornalistas – Fenaj – sem prazo de validade. Você faria o quê?
A foto está desfocada.
Foi de propósito, apesar de ter sido de um celular e a noite.