PTB quer mais espaço nos governos federal e estadual
As negociações estão engatinhando, porém, dirigentes do PTB e dos governos federal e estadual têm mantido contato freqüente para ampliar os espaços de indicados da sigla em ambas as esferas. Por enquanto, os envolvidos preferem não falar abertamente sobre o assunto. No entanto, há indicativos de que a negociação seja claramente influenciada pelas eleições em 2014.
O PTB teria sido o primeiro partido a dar sinais de aproximação com a candidatura à presidente do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a corrida agora é para pressionar o Palácio do Planalto por mais representatividade, em troca de suporte à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Segundo informações de bastidores, o ex-deputado federal e atual presidente nacional da legenda, Benito Gama, está cotado para assumir uma das vice-presidências do Banco do Brasil, com grande probabilidade de suceder o agora ministro dos Transportes, César Borges, na carteira de Governo.
O próprio governador Jaques Wagner já teria sido sondado sobre a hipótese e dado aval para continuar com as negociações, desde que envolva ainda a “consolidação” do apoio do PTB ao governo estadual – o partido faz parte do conselho político do governo e, em 2012, formalizou apoio ao projeto petista de Nelson Pelegrino na campanha para prefeito de Salvador.
De acordo com fontes ligadas ao Palácio de Ondina, o partido já indicou membros para funções de terceiro escalão, fruto da relação próxima entre o presidente estadual da sigla, deputado federal Antonio Brito, e o governo da Bahia, mas a ausência de representantes na Assembleia Legislativa limita a concessão de mais espaço no governo estadual.
A relação do PTB com o governo do PT no plano federal é conturbada desde o estouro do escândalo batizado como mensalão, quando o então presidente nacional da sigla, Roberto Jefferson, denunciou o esquema para formação de caixa 2 de campanha e compra de votos no Congresso Nacional. Passados alguns anos, a legenda foi sondada para apoiar a candidatura de Eduardo Campos à presidência da República, contra o projeto de reeleição de Dilma. Com essa sinalização, a pressão do PTB, de acordo com informações que circularam na imprensa on-line, exigia a indicação de um ministério para o partido, porém o Palácio do Planalto relutou em ampliar demais o espaço.
Para efeito de comparação, o PTB possui apenas 18 deputados federais, enquanto o PR, que ascendeu para o ministério dos Transportes, conta com 34 representantes. Essa promoção dos republicanos para a Esplanada deixou o espaço vago ideal para acomodar mais um aliado na construção de 2014.
De acordo com fontes ligadas aos dirigentes do PTB, a negociação, apesar de parecer estar nos estágios iniciais, carece apenas do aval definitivo da presidente Dilma, que já teria dado sinais de que é possível ceder espaços para a sigla. Por enquanto, o indicativo é para evitar comentar o assunto. Procurados pela reportagem, Gama e Brito não foram localizados para comentar as informações.
*Publicada originalmente na Tribuna da Bahia de 10 de abril de 2013