Notícias fúteis: o sucesso de Luiza
O Foca tentou não falar de Luiza. Mas, definitivamente, o episódio merece uma postagem. A adolescente, em intercâmbio no Canadá, voltou para o Brasil. Sua chegada mereceu destaque nos principais noticiários da Rede Globo e gerou críticas das emissoras concorrentes (veja vídeo abaixo com editorial do SBT Brasil). O sucesso instantâneo da propaganda paraibana, em que um colunista social fala de um novo empreendimento imobiliário, catapultou a jovem para seus 15 minutos de fama. Afinal, as redes sociais começam a pautar o jornalismo diário?
A reação de Carlos Nascimento, apesar de criticar o enorme enfoque dado ao assunto no país, corrobora com a ideia de que Luiza pautou os noticiários brasileiros por pelo menos dois dias (quarta e quinta). Nos dois anteriores, parte da imprensa televisiva tentava agendar o possível estupro do Big Brother Brasil como o assunto da semana. O deslocamento de BBB para a intercambista mostra dois lados da moeda. Primeiro, a força da Rede Globo em agendar o restante da imprensa – inclusive o próprio SBT Brasil, com seu editorial crítico. Segundo, a força da emissora em realocar o foco do noticiário de fait diver. Mas, diferente do que afirmou o SBT Brasil, as notícias fúteis também compõem o jornalismo. E vende jornal.
Redações agora reaprendem como pautar seu próprio jornal. É possível ignorar o que se torna fenômeno na internet? Não. Esses hits da web devem ser a única coisa a pautar o jornalismo? Não. Interesse público e interesse do público sempre fizeram e sempre vão fazer parte do cotidiano dos jornalistas. O difícil é saber qual é o limite entre ambos…