Câmara arregimenta candidatura única, mas Hilton surpreende

Às vésperas da escolha da mesa diretora da Câmara de Vereadores, o tucano Paulo Câmara conseguiu arregimentar o apoio de todos os outros pré-candidatos à presidência, entre eles Henrique Carballal (PT) e Carlos Muniz (PTN), que mantiveram os nomes até a última sexta. A novidade do final de semana, entretanto, coube ao lançamento da candidatura de Hilton Coelho (PSOL), como “alternativa para alimentar o debate com a população e entre os vereadores sobre as tarefas enquanto legisladores e fiscalizadores do Executivo”. Apesar da surpresa do PSOL, o nome de Câmara segue consolidado como mais forte na sucessão de Pedro Godinho (PMDB).

“Agora chegamos a um entendimento e todos os outros candidatos decidiram apoiar o nosso projeto. Temos um foco comum por Salvador e, para isso, vamos ouvir os anseios da cidade para fazer uma grande legislatura”, afirmou Câmara. O tucano, porém, alega não ter conversado ainda com Hilton Coelho sobre a eventual candidatura dele, lançada por meio de uma nota que circula em redes sociais na internet. “Fiquei sabendo pela imprensa da candidatura dele (Hilton). Vamos conversar e vou mostrar para ele o nosso projeto para a Câmara. Se ele quiser ser candidato, é legítimo, assim como para os outros 42 vereadores”, completou.

A semana que antecedeu a eleição no legislativo soteropolitano foi repleta de nuances. Em reunião com integrantes da base de apoio ao prefeito ACM Neto (DEM), os vereadores do PTN, Alan Castro, Carlos Muniz e Geraldo Jr. decidiram retirar a candidatura em prol de Paulo Câmara. Passado o feriado de Natal, Muniz revisou a decisão e manteve a candidatura, segundo informações de bastidores, numa articulação com Henrique Carballal. O esforço era para demonstrar instabilidade na bancada de governo e obrigar o PCdoB, que declarou apoio formal ao tucano, a recuar para agregar suporte ao petista. O imbróglio só foi solucionado na sexta, quando PT, PCdoB e PSB decidiram retirar qualquer candidatura de oposição e marchar com Câmara.

Já Muniz, que marchava contra os demais pares de governo e contra o posicionamento do PTN – o presidente estadual da sigla, João Carlos Bacelar frisou que o PTN não possuía candidatura -, foi o último a redefinir seu posicionamento e também anunciou apoio a Paulo Câmara. “Eu bati um bom papo com ele (Muniz) e no meu entendimento o PTN deve ficar com a 1ª Vice-Presidência, mas ainda estamos conversando sobre isso”, apontou Câmara.

Mesmo com a candidatura de Hilton Coelho, as discussões agora seguem pelo viés da composição dos cargos da mesa. Segundo o próprio Câmara, foi definido que a oposição ficará com 1ª Secretaria, com a 3ª Vice-Presidência e com a Ouvidoria, situação antecipada pela Tribuna. “Os demais componentes da mesa estão em discussões internas com os partidos e ainda não temos os nomes”, completou o tucano.

*Publicado originalmente na Tribuna da Bahia de 31 de dezembro de 2012

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